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Sete militantes do PSD querem acordo com o Chega para "maioria sólida"

Signatários destacam a necessidade de construir "uma solução governativa à Direita, sem medos e muito menos condicionada por aquilo que deseja a extrema-esquerda".

Sete militantes do PSD querem acordo com o Chega para "maioria sólida"
Notícias ao Minuto

11:48 - 19/03/24 por Notícias ao Minuto

Política PSD

Sete militantes do Partido Social Democrata (PSD) subscreveram um manifesto a apelar ao líder do partido, Luís Montenegro, para "colocar Portugal em primeiro lugar". No documento intitulado Portugal em Primeiro, a que o Diário de Notícias teve acesso, os signatários destacam a necessidade de construir "uma solução governativa à direita, sem medos e muito menos condicionada por aquilo que deseja a extrema-esquerda".

Entre os militantes, que pedem ao líder dos sociais-democratas "foco, responsabilidade e sentido de Estado" para "entender a importância de construir um Governo estável, com uma maioria sólida, que possa fazer as reformas que o país precisa", encontra-se Rui Gomes da Silva, que foi ministro do XVI Governo Constitucional, liderado por Pedro Santana Lopes.

A solução passaria por um acordo da Aliança Democrática (AD) com o partido Chega, liderado por André Ventura, algo que Luís Montenegro tem reiterado que não fará. No entanto, para os sociais-democratas, outra alternativa seria "termos um Governo sem estabilidade e de curto prazo, que em nada servirão os interesses do país".

"Quem não o quiser entender, quem não quiser dialogar, quem não quiser construir uma verdadeira alternativa não-socialista para Portugal, estará a fazer o jogo da Esquerda, e desse lado, nós e muitos portugueses, nunca estaremos", lê-se no documento.

O manifesto Portugal em Primeiro tem como primeiro subscritor o ex-deputado Miguel Corte-Real, que lidera a bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto, e, além de Rui Gomes da Silva, foi também assinado por Paulo Ramalheira Teixeira, ex-presidente da Câmara de Castelo de Paiva, o médico Manuel Pinto Coelho, os economistas João Saracho de Almeida e Susana Faria, e Paulo Jorge Teixeira, presidente da Cooperativa do Povo Portuense.

Os signatários frisaram ainda que "os resultados eleitorais foram claros" e que, nas eleições legislativas de 10 de março, "os portugueses disseram que não queriam continuar a ser governados pela Esquerda".

Situação atual "exige medidas corajosas"

Em declarações ao Diário de Notícias, Rui Gomes da Silva afirmou que a atual situação do país "exige medidas corajosas" e não pode haver um Governo que "pode durar ano e meio ou dois", mas mantém a esperança de que Luís Montenegro irá reconsiderar a sua posição em relação ao partido de André Ventura.

Já à SIC Notícias, explicou que em causa está um "acordo de governo, um acordo parlamentar com participação no governo entre o PSD e o Chega".

"Quer-nos parecer que qualquer solução que não envolva a participação direta empenhada e integrando o governo será uma solução difícil de sustentar, uma solução que, mais tarde ou mais cedo, envolverá aquilo que nós não queremos, que é negociações caso a caso na Assembleia da República", explicou.

Rui Gomes da Silva frisou que "o mais importante" é o "interesse do país" e lembrou que os portugueses "votaram maioritariamente numa solução de Direita".

Sublinhe-se que, nas eleições legislativas de 10 de março, a Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

[Notícia atualizada às 12h04]

Leia Também: Já foram contados 150 mil votos dos emigrantes, mas muitos são nulos

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