António Costa e o presidente do PSD encontraram-se num hotel perto da Comissão Europeia, de onde depois se vão dirigir para as reuniões do Partido Socialista Europeu e do Partido Popular Europeu, respetivamente, que habitualmente antecedem as cimeiras de líderes europeus.
"Não foi combinado, mas convergiu", disse António Costa sobre o encontro, perante os jornalistas presentes à porta do hotel.
Tanto Costa como Montenegro estavam sorridentes e o socialista convidou o social-democrata para um café, no interior do hotel, tendo as câmaras de televisão ainda se dirigido para o restaurante onde se sentaram à mesma mesa, mas o encontro prosseguiu depois sem a presença da comunicação social.
O encontro foi curto, durou menos de dez minutos. No final, o vice-presidente social-democrata e eurodeputado Paulo Rangel cumprimentou António Costa e o primeiro-ministro cessante gracejou: "Vejo que está de rosa, o que é um bom sinal, está a tornar-se um verdadeiro diplomata."
O comentário de Costa é uma alusão à possibilidade de Paulo Rangel assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros no futuro governo liderado por Luís Montenegro, cuja composição será apresentada no dia 28 ao Presidente da República e para a qual não há qualquer nome confirmado.
O primeiro-ministro cessante encontrou-se ao início da manhã com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, no quartel-general da organização político-militar, e Luís Montenegro tinha tido uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 02 de abril.
As duas coligações lideradas pelo PSD -- AD (PSD/CDS/PPM) e Madeira Primeiro (PSD/CDS) -- conseguiram 28,84% dos votos e 80 deputados, segundo os resultados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PS foi o segundo partido mais votado com 28% e 78 deputados, e o Chega obteve 18,07%, com 50 mandatos no novo parlamento.
A Iniciativa Liberal (IL) foi a quarta força política com 4,94% dos votos e com oito deputados, seguida do Bloco de Esquerda, com 4,36% e cinco deputados. Também elegeram deputados o PCP, com 3,17% e quatro deputados, os mesmos que o Livre, com 3,16%. O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) manteve o seu deputado, com 1,95%.
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