"Não temos nenhuma fezada neste Governo, nem nas opções políticas"
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, garante que não tem "expectativas nenhumas" para o Governo de Luís Montenegro.
© Pedro Pina e Sérgio Queirós - RTP
Política Paulo Raimundo
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse, esta terça-feira, que não tem "nenhuma fezada neste Governo, nem nas opções políticas". Apesar de assumir que não tem "expectativas nenhumas", Raimundo garante não colocar em causa as pessoas que integram o Governo de Luís Montenegro.
Paulo Raimundo garantiu que aquilo que conhece "do programa do PSD e do CDS é mais que suficiente para antevermos não só não esperamos nada, como aquilo que esperamos será tudo mau".
"Será tudo para acentuar aquilo que era negativo. Não vai resolver nenhum problema no acesso à saúde. Não vai resolver nenhum problema na questão dos salários, uma questão de fundo no combate à injustiça. Estas é que são as grandes questões que o povo exigiu mudança e que não vai ter mudança", disse Raimundo à imprensa numa exposição de Eduardo Gageiro, em Lisboa.
Questionado sobre um possível acordo em determinadas matérias, Raimundo considerou que "o Governo vai entrar em pezinhos de lã e vai encontrar esta ou aquela medida pontual para dar este ou aquele sinal". Mas, para o PCP a questão de fundo passa pelo "aumento de injustiça", já que considera que o Governo não vai combater "a brutal desigualdade em que nós vivemos" nem "enfrentar a banca" ou a "precariedade".
Sobre a formação do Governo, anunciada na semana passada, Raimundo diz que os novos ministros não o fizeram mudar de ideias quanto ao Executivo. "Não, não muda. A questão não é a pessoa A, B, ou C", reiterou. Interrogado sobre a nova orgânica do Governo, e em particular sobre o facto de se ter juntado o ministério da Educação e o do Ensino Superior, Raimundo sublinhou que o importante são "as questões políticas", apesar de reconhecer que a orgânica "dá sinais" e que a fusão desses ministérios no passado não foi "necessariamente positiva".
"Agora, se me dissesse assim, esta nova orgânica no ministério da Educação, por exemplo, responde a um maior investimento nas escolas, na educação, na formação dos professores, na redução dos alunos por turma, na melhoria das condições das escolas... Se correspondesse a isso, não era um problema de orgânica, só que não vai corresponder a isso, infelizmente", disse.
Sobre se espera algum apoio de outros partidos quanto à moção de rejeição ao programa de Governo que o PCP vai apresentar, Raimundo reiterou que o intuito dessa iniciativa é "dar um grande sinal política" da forma de estar no partido nesta legislatura, que vai ser de "combate político e ideológico" ao executivo.
"É claro que cada um terá de tomar a sua atitude e, perante a nossa moção de rejeição, os partidos vão ter de votar: ou se abstêm, ou votam a favor, ou votam contra. Não têm outra alternativa e cada forma de expressar o voto também é uma opção que fazem", frisou. Recorde-se que o PCP já anunciou a intenção de apresentar uma moção de rejeição ao programa do Governo.
O novo Governo toma hoje posse, numa cerimónia vai decorrer no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
[Notícia atualizada às 14h06]
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