O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, pediu "todo o cuidado" perante as propostas do Governo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, na sequência da polémica sobre a proposta de redução de impostos do Executivo.
"Temos de ter todo o cuidado com tudo aquilo que o Governo apresenta, porque podemos ser surpreendidos mais à frente. Por isso, vamos analisar com todo o cuidado este Programa de Estabilidade. Estes últimos dias foram de grande preocupação sobre aquilo que nos espera e sobre um Governo que nos surpreendeu a todos, fazendo uma promessa, apresentando como uma grande medida aquilo que hoje sabemos que não era sua", disse o líder socialista aos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde assistiu à apresentação do livro 'Memórias Minhas', do histórico do PS Manuel Alegre.
Pedro Nuno Santos lamentou, também, que "perante o choque de tantos, a reação que tivemos do Governo foi a pior de todas, foi culpar aqueles que foram enganados como se tivessem que saber antecipar que aquilo que lhes estava a ser dito não era bem como estava a ser dito".
O secretário-geral do PS considerou a situação como "absolutamente inaceitável e preocupante", numa altura em que "temos de confiar na Democracia, nos políticos eleitos, num Governo e num primeiro-ministro".
"O PS tomou como boa a palavra do primeiro-ministro. Não se enganou, não esteve desatento, confiou e isso, infelizmente, saiu ao contrário, temos que ter muito cuidado agora com cada anúncio que faz o Governo, com cada documento que apresenta", reiterou Pedro Nuno Santos, argumentando que o Programa de Estabilidade que chegou, esta segunda-feira, à Assembleia da República, "nem sequer reflete o programa do Governo e, portanto, é um documento que vale o que vale, não traduz nem reflete aquilo que o Governo apresentou durante a campanha e o que quer fazer".
Em jeito de conclusão, o secretário-geral socialista deixou ainda um aviso: "Exigiremos sempre respeito pela verdade e com aquilo que se diz aos portugueses. Isso é fundamental para termos confiança nas instituições e infelizmente este Governo começa da pior maneira".
Aquilo que os socialistas têm perante "o que o Governo vai apresentando e dizendo", reiterou, é "desconfiança", necessária para não serem "acusados à posteriori" de não terem "estado atentos".
[Notícia atualizada às 19h45]
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