Renúncia da adjunta das Finanças? "Demonstra imprudência" do Governo

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, afirmou que o surpreende "que este governo da AD não tome as precauções necessárias para não se ver envolvido, já no início, neste tipo de questões", afirmou Rui Rocha.

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© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Notícias ao Minuto
16/04/2024 17:01 ‧ 16/04/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Rui Rocha

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, comentou esta terça-feira a desistência de Patrícia Dantas para o cargo de adjunta do ministro das Finanças e garantiu que o caso que "demonstra alguma imprudência" do Governo.

"Confesso que me surpreende um pouco, como é que sendo conhecida a questão judicial que a pessoa em causa tem, não foi feita uma triagem prévia. Embora sempre preservando o princípio da inocência das pessoas", afirmou Rui Rocha, em declarações à RTP3. O líder dos liberais reconhece que o Governo podia saber que Patrícia Dantas é arguida num processo judicial, que teve início em 2017, e que desvalorizou esse facto ou "então não sabiam e isso é mais espantoso".

"É algo surpreendente que este governo da AD não tome as precauções necessárias para não se ver envolvido, já no início, neste tipo de questões. Eu penso que demonstra alguma imprudência e espero que o Governo da AD possa corrigir este tipo de comportamento no futuro", afirmou Rocha.

O líder da IL criticou também a ausência do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no debate que decorrerá amanhã no Parlamento. "Penso que seria uma excelente oportunidade para esclarecer o que falta esclarecer e eu diria que falta, mesmo, esclarecer muita coisa. E penso que o senhor ministro das Finanças devia mesmo ter muita vontade aproveitar esta oportunidade para prestar esses esclarecimentos no sítio certo, que é no Parlamento", referiu.

Rui Rocha salientou ainda a "trapalhada" acerca da descida do IRS e garante que o Governo não quis esclarecer. "Eu tive oportunidade de perguntar ao primeiro-ministro sobre a amplitude da descida do IRS. Nem o senhor primeiro-ministro, nem o ministro das Finanças quiseram esclarecer quando tiveram oportunidade", recordou.

"Envolveram-se aqui numa enorme trapalhada, que seria útil que o senhor ministro das Finanças quisesse definitivamente esclarecer amanhã, de quanto estamos realmente a falar, quais são os instrumentos da descida, quais são os calendários", disse Rui Rocha.

Recorde-se que Patrícia Dantas, convidada pelo Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para ser sua adjunta, renunciou às funções, por um alegado envolvimento num processo judicial relacionado com a obtenção de fundos europeus.

"Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao senhor ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças“, lê-se num comunicado do Ministério das Finanças, a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

Leia Também: Adjunta do ministro das Finanças desiste de assumir funções após polémica

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