"O CDS não vive de uns fogachos parlamentares. Aliás, o CDS não desapareceu apesar de, conjunturalmente, num tempo curto não ter estado na Assembleia da República", defendeu Nuno Melo na sua primeira intervenção no 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre hoje e domingo, em Viseu, na qual começou por fazer um balanço dos últimos dois anos em que esteve à frente do partido.
O líder centrista, que apresentava a sua moção estratégica global, salientou que o CDS "resistiu sempre", nomeadamente em seis presidências de Câmaras Municipais, "conquistadas em listas próprias, não dependendo de ninguém", mas também noutras nas quais partilha o executivo com sociais-democratas, dando como exemplo o Porto com "o independente Rui Moreira".
"Há dois anos prometi-vos que o meu primeiro ato simbólico, mas político, seria aparafusar naquela parede da Assembleia da República, a nossa placa que fez notícia quando saiu. Apertei-a eu, está lá, no que depender de nós de nunca mais de lá sairá. Está lá no lugar que lhe pertence por direito, está lá onde trabalhando faremos por a merecer todos os dias", assegurou, num momento em que levantou os congressistas presentes.
Melo defendeu que "a casa mãe de democracia é por essência a casa do CDS" e que o partido "ajuda a construir a democracia".
"Assim será de novo com o Paulo Núncio e o João Almeida, que são dois [deputados] mas, acreditem, valerão por 50, disso ninguém duvide", frisou.
O líder centrista, recandidato ao cargo nesta reunião magna, defendeu que "a democracia também deve muito ao CDS em Portugal", lembrando aqueles que, "quando era realmente difícil, cercados em reuniões, congressos, por forças extremistas, nunca desistiram".
Melo homenageou os fundadores do partido, dizendo que a nova declaração de princípios -- que momentos antes foi aprovada sem votos contra -- "não revoga a anterior, só a complementa".
O também ministro da Defesa Nacional salientou que o CDS "voltou a ser determinante" e que após oito anos de governação socialista, os centristas, o PSD e o PPM voltaram a repetir uma fórmula "que nunca se alterou desde 1974", a Aliança Democrática, e que em eleições legislativas "nunca perdeu".
"Corri o país todo. Numa coligação, o CDS nunca foi um parceiro menor. Durante mais de 20 dias as nossas bandeiras estiveram sempre levantadas bem alto", salientou.
Afirmando que o que define o CDS "não são as dificuldades, são as superações", Melo apontou que se há dois anos "a maior parte dos comentadores políticos comentavam que o CDS tinha acabado, por estes dias últimos o comentário é de quantos deputados o CDS ia eleger" ou quem teria cargos governativos.
[Notícia atualizada às 14h02]
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