Marques Mendes questiona PGR: "Não vai pedir a demissão?"

O comentador político disse que existe uma "crise" no Ministério Público e uma "desautorização" da procuradora-geral da República.

Notícia

© Global Imagens

Notícias ao Minuto com Lusa
21/04/2024 23:07 ‧ 21/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Marques Mendes

O comentador político e antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) Luís Marques Mendes deixou, este domingo, duras críticas à procuradora-geral da República, Lucília Gago, e ao Ministério Público (MP).

"A procuradora-geral da República foi desautorizada pelo Tribunal da Relação relativamente àquele parágrafo em relação a António Costa. Não vai tomar a iniciativa de colocar o lugar à disposição, ou de pedir a demissão?", questionou, no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias.

Marques Mendes acusou a "desautorização relativamente a um parágrafo de um comunicado que nunca devia ter existido, que é mais político do que jurídico e que é um verdadeiro abuso de poder".

Para o antigo líder social-democrata, está instalada "uma crise de confiança do MP". "Quando o MP, numa qualquer outra investigação no futuro, fizer uma busca, ou uma detenção, ou promover uma acusação, uma parte grande dos portugueses vai começar a desconfiar", alertou, lamentando que "é muito mau".

Na mesma onda, Marques Mendes questionou também o Governo e o Presidente da República, sobre se "não vão ter nenhuma palavra pública de preocupação" e se vão ficar "calados" e quietos".

Endereçou, também, uma pergunta ao antigo primeiro-ministro António Costa e a Marcelo Rebelo de Sousa, "que há cerca de seis anos resolveram não reconduzir a anterior procuradora Joana Marques Vidal e nomear esta procuradora [Lucília Gago], que aos olhos de toda a gente se vê que é uma pessoa sem nenhuma capacidade de liderança".

"Não digo que no tempo de Joana Marques Vidal estivesse tudo bem e tudo perfeito no MP, mas estava bem melhor do que hoje. Então pergunta-se, porquê esse erro enorme de não a reconduzir?", questionou.

Recorde-se que a Operação Influencer levou à detenção de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, assim como do advogado, consultor e amigo do ex-primeiro-ministro Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e ainda do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que o juiz colocou em liberdade após interrogatório judicial.

Além destes, há outros quatro arguidos no processo, incluindo o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do Partido Socialista (PS) João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O processo está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus. António Costa surgiu associado a este caso e foi alvo da abertura de um inquérito no Ministério Público junto do STJ, situação que o levou a pedir a demissão e à realização de eleições antecipadas, no dia 10 de março.

Ainda assim, em fevereiro, o juiz da Operação Influencer considerou contraditória e vaga a tese do Ministério Público de que os arguidos Diogo Lacerda Machado e Vitor Escária tentaram pressionar António Costa para aprovação de um decreto-lei favorável à sociedade Start Campus, argumentação constante da resposta do magistrado Nuno Dias Costa ao recurso do Ministério Público de contestação às medidas de coação, nenhuma das quais privativa de liberdade.

Leia Também: Influencer? Luís Montenegro recusa comentar "processo que está a correr"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas