Bugalho? "Jovem talentoso, que o país conhece, aqui e ali até polémico"

Líder do PSD falou sobre Sebastião Bugalho, o cabeça de lista da AD às Europeias.

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© REUTERS/Pedro Nunes

Notícias ao Minuto com Lusa
22/04/2024 22:52 ‧ 22/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Montenegro

O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou, esta segunda-feira, que Sebastião Bugalho, o escolhido para ser o cabeça de lista pela Aliança Democrática (AD) às  Europeias, é um "jovem talentoso", "disruptivo", que irá "fazer a diferença" nas eleições de junho.

"Um jovem, um jovem talentoso, um jovem que o país conhece, aqui e ali até polémico, que afronta a posição, que é disruptivo, que estimula a confrontação democrática, com respeito democrático, e que é a expressão daquilo que nós queremos, que vale a pena estar em Portugal, que vale a pena lutar por Portugal, que vale  a pena ir para a Europa defender a bandeira, as cores, os interesses de Portugal, numa perspetiva europeia também", afirmou o líder social-democrata, durante a sua intervenção na reunião do Conselho Nacional do PSD.

Montenegro, que não falou no nome de Rui Moreira -- que chegou a ser apontado por vários órgãos de comunicação social e pelo comentador televisivo e ex-líder do PSD Marques Mendes como cabeça de lista da AD -- disse ter proposto na Comissão Permanente e na Comissão Política o nome de Sebastião Bugalho.

"Vale a pena apostar no futuro, o Sebastião Bugalho é com toda a honra, com muita convicção, o candidato que tenho para vos apresentar e estou convencido que vai fazer a diferença nas próximas eleições europeias", afirmou.

Montenegro prometeu que irá participar na campanha "ativa e energicamente", "tanto quanto as funções" de primeiro-ministro lhe permitirem.

"Sei que alguns desdenharam desta minha característica, eu gosto da campanha, eu gosto da rua, estou aqui para ir de porta em porta falar com os portugueses", prometeu.

Recorde-se que Sebastião Bugalho será o cabeça de lista da AD às eleições Europeias de junho. A notícia foi avançada pela SIC Notícias, onde o jornalista é comentador, e confirmada à Lusa por fonte oficial da coligação.

A lista da coligação Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM) ao Parlamento Europeu é hoje votada numa reunião do Conselho Nacional do PSD, que começou pelas 21h00 em Lisboa.

Sebastião Maria Reis Bugalho nasceu a 15 de novembro de 1995 (28 anos) e é atualmente colunista do Expresso e comentador televisivo da SIC.

Em 2019, concorreu como independente nas listas de candidatos a deputados do CDS-PP, na direção de Assunção Cristas, acabando por não ser eleito. Dois anos mais tarde, podia ter substituído Ana Rita Bessa na Assembleia da República, mas recusou.

Filho mais velho dos jornalistas João Alberto Santos Fernandes Bugalho e Patrícia Reis, Bugalho foi aluno do curso de Ciência Política, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, tendo dados os primeiros passos no jornalismo no i e no Sol e foi depois comentador na TVI24.

No livro 'Na cabeça de Ventura', da autoria do jornalista do semanário Expresso Vítor Matos, relata-se que foi Sebastião Bugalho o jornalista contactado pelo consultor de comunicação João Gomes de Almeida para uma entrevista ao líder do Chega que acabaria por fazer manchete e dar-lhe notoriedade, e em que era divulgado um estudo -- cuja veracidade o livro coloca em causa -- a ligar a comunidade cigana à sensação de insegurança em Londres.

Em 2020, Sebastião Bugalho foi alvo de um inquérito por suspeita de violência doméstica, que em 2022 acabou arquivado por falta de provas.

Na última edição do semanário Expresso, escreveu um artigo centrado em Luís Montenegro, considerando que o presidente do PSD "mantém como primeiro-ministro o mesmo posicionamento que apresentou durante a sua candidatura ao cargo: nenhum".

"Desde que se fez líder do PSD, o recém-empossado evitou comprometer-se nas mais variadas matérias, desde a regionalização, em que se opôs a um referendo sem revelar a sua posição, à eutanásia, em que propôs um referendo sem dizer como votaria, culminando no novo aeroporto, em que consensualizou o modelo de escolha sem anunciar (até hoje) para que lado pende. E na campanha eleitoral não foi muito diferente", disse.

O colunista do Expresso até admite que "para quem chefia um Governo minoritário e lida com um sistema político em mudança, renegar a tática seria impraticável".

"Mas torná-la a trave mestra da sua ação seria um erro. A ambiguidade enquanto regra tem as suas limitações, porque não pode ser aplicada em todas as ocasiões de igual maneira. É compreensível, ainda que gratuito, encobrir acordos para a mesa da Assembleia da República. É menos aceitável que não se clarifique uma baixa de IRS. As pessoas podem não querer saber quem é o presidente da Assembleia, mas querem certamente saber se vão pagar mais ou menos impostos este ano", escreveu, aconselhando Montenegro a "estabelecer uma relação com os portugueses", "que permita as boas e as más notícias, que sobreviva a tragédias e comemorações".

Sebastião Bugalho defende, neste artigo, que "a tolerância nacional para o teatro esgotou-se: no hemiciclo, na opinião pública e nos eleitores".

"Há demasiados desiludidos para frustrar mais expectativas. Se alguém julgava que, depois de 10 de março, se poderia continuar como dantes, é com a maior simpatia que escrevo: sr. primeiro-ministro, esqueça isso", termina.

Nas últimas eleições europeias, em junho de 2019, o PSD concorreu sozinho e teve o seu pior resultado de sempre, menos de 22% dos votos, e elegeu seis eurodeputados.

Leia Também: Europeias. Rui Moreira recusa convite para ser número dois da lista da AD

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