O deputado do Livre Jorge Pinto reagiu, esta sexta-feira, às declarações do presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, que disse que a Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, deveria dar explicações sobre os processos que provocaram crises políticas.
"Sabemos bem da importância da separação de poderes e é por isso que precisamos de perceber melhor o âmbito desta vontade que o Presidente da Assembleia da República tem de chamar Lucília Gago ao Parlamento. Vamos propor que em assembleia de líderes isto seja discutido para que possamos perceber qual é o âmbito e assim ter uma opinião final sobre a validade dessa chamada", afirmou, em declarações aos jornalistas.
O deputado do Livre defendeu que eram precisas explicações não só aos deputados, mas também aos portugueses, e falou não só do caso da República, como do da Madeira.
Questionado sobre se o partido admitiria chamar a PGR à Assembleia, o Livre considerou que a melhor maneira para estas explicações seria havendo consenso em conferência de líderes. "Não sendo inédito, é raro chamar um Procurador-Geral ao Parlamento, e portanto não queremos fazer disto uma prática corrente. Mas não nos opomos a essa vontade. Precisamos é de perceber melhor o âmbito e discuti-lo. Não pode ser por vontade exclusiva e única que essa convocatória é feita", afirmou Jorge Pinto.
O parlamentar reconheceu, no entanto, que o Livre está de acordo com a existência de um clima de suspeição.
A vontade de trazer Lucília Gago até à Assembleia da República foi demonstrada esta sexta-feira em entrevista à Antena 1 pelo presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco disse que Lucília Gago deveria falar para que não se crie um clima de suspeição.
"Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à Esquerda ou à Direita provocar um determinado facto politico por via de uma investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia", explicou.
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