O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, deu, esta quinta-feira, uma entrevista em que comentou o panorama político atual, nomeadamente, sobre as contas públicas, polémica que pôs em 'guerra' o atual ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o seu antecessor, Fernando Medina.
"Fico sempre muito preocupado quando vejo estas trocas de acusações, porque parece que se trata de falta de soluções de um lado e de outro", afirmou, em declarações à SIC Notícias.
Em causa estão declarações do ministro, que hoje disse que "a situação orçamental é bastante pior do que o anterior Governo tinha anunciado". Medina não demorou a ripostar, assegurando que o país "não tem nenhum problema de natureza orçamental" e apontando duas explicações, na sua ótica, para estas acusações: Ou "inaptidão técnica" ou de "adoção de falsidade política".
"Parece que estamos a tentar eliminar a possibilidade de resolver os problemas", disse, acrescentando que até poderia admitir que as contas apresentadas pelo executivo socialista não estivessem "integralmente corretas". "Agora, a Aliança Democrática está no poder. Não adianta estar com desculpas, imputação de culpas. Fazê-lo - e do lado do Partido Socialista a mesma coisa, mas no sentido inverso - demonstra, sobretudo, uma falta de soluções", defendeu.
Rui Rocha falou ainda sobre a polémica que envolve o serviço militar obrigatório, questão na qual a IL fez um pedido para que o ministro da Defesa, Nuno Melo, fosse ouvido no Parlamento - já aprovado. Recorde-se que o ministro falou sobre a possibilidade de que o serviço militar se tornasse obrigatório para jovens que cometeram pequenos delitos, algo que depois veio dizer que foi dito como hipótese académica.
"Quando Nuno Melo faz essas declarações, mas não houve reações por aí além. O problema está é que depois dessas palavras num determinado contexto houve declarações da ministra da Administração Interna a dizer que era uma boa ideia e que essa ideia representava o Governo", explicou, acrescentando que o ponto já ia mais além.
"Há uma descoordenação e desorientação política. Se aquilo não era para ser tomado a sério, se era questão especulativa ou académica como Nuno Melo diz, como é que a ministra vem dizer que é uma boa ideia e uma ideia sobre a qual o Governo está a trabalhar?", questionou, rejeitando ser necessário que a ministra, Margarida Blasco fosse ouvida. "Torna-se relevante quando subscreve e diz que o faz em nome do Governo. Obviamente é isso que Nuno Melo também terá de explicar", apontou.
Leia Também: Nuno Melo viveu "24 horas de realidade paralela" devido a "falsidade"