Chega defende "auditoria completa" à Santa Casa (e admite CPI)

O presidente do Chega defendeu hoje que seja feita uma "auditoria completa" à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, especialmente ao mandato da provedora Ana Jorge, e admitiu propor um inquérito parlamentar.

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Lusa
08/05/2024 13:17 ‧ 08/05/2024 por Lusa

Política

André Ventura

"Eu acho que tem que haver uma auditoria completa sobre o que se passou na Santa Casa, porque é muito dinheiro que está em jogo, é muito do nosso dinheiro que está em jogo, e há uma coisa que sabemos, cada investimento foi mais ruinoso do que o outro", afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Mercado de Campo de Ourique, em Lisboa, e considerou que "é impossível errar sempre, portanto ou houve má-fé, ou benefício próprio".

O líder do Chega quer saber "como é que o dinheiro foi desbaratado e se vai ser recuperado" e se "a provedora que foi afastada e a sua equipa tiveram alguma responsabilidade, seja ética, administrativa ou criminal na gestão da Santa Casa".

E defendeu que "as auditorias que já há têm de ser tornadas públicas e tem que haver uma que seja completa", sobre o "mandato desta provedora".

"Não excluo, no futuro, apresentar uma comissão de inquérito à questão da Santa Casa, porque eu acho que os portugueses estão fartos de ser gozados no uso do dinheiro e acho que isso merece investigação parlamentar", defendeu, considerando que "este é um tema que o parlamento não deve pôr de lado investigar, porque há aqui muita coisa para se saber sobre o que o dinheiro andou".

No entanto, o líder do Chega lembrou que vai iniciar-se a comissão de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras e "o parlamento não pode, evidentemente, fazer inquéritos em todo o momento".

"Em todo o caso, espero que o Ministério Público esteja atento e esteja a ver o que está a passar porque, no final da linha, provavelmente esta questão da Santa Casa vai ser resolvida nos tribunais e vai ser resolvida com investigações criminais mais do que com investigações políticas", afirmou.

André Ventura indicou também que o Chega vai pedir à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social os "elementos probatórios" que sustentam "as acusações graves que fez".

Na terça-feira, em entrevista à RTP, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acusou a provedora exonerada da Santa Casa de "total inação", a administração de se beneficiar a si própria e rejeitou a ideia de "saneamento político" na exoneração.

Hoje de manhã, Ana Jorge negou as acusações da ministra de que os administradores da instituição se teriam "beneficiado a si próprios", defendendo ser preciso justificar essa declaração.

André Ventura considerou que devem ser prestados esclarecimentos sobre esta situação porque estão em causa "acusações graves" e considerou que a forma como a provedora foi afastada "passa a imagem às pessoas de que houve um saneamento político e agora vai haver uma série de saneamentos políticos adjacentes".

Mas ressalvou que "isso é competência do Governo, que fará como entender a gestão das nomeações".

Hoje, o líder do Chega defendeu também que é importante que a concertação social revisite a "legislação laboral que foi aprovada pelo Partido Socialista" para que "não tenha a rigidez que os socialistas imprimiram", apontando que há condições para avançar "com a mudança de alguma da agenda laboral que a esquerda tinha imposto e que dificulta a vida à economia e ao crescimento".

André Ventura defendeu igualmente o aumento de salários, argumentando que "o verdadeiro choque que a economia portuguesa precisa é um choque de salários".

O presidente do Chega assinalou que "o salário mínimo deve começar a fazer uma trajetória de aumento para os mil euros", e quer que aconteça "já nestes próximos meses".

[Notícia atualizada às 14h04]

Leia Também: Ex-provedor da Santa Casa mantém defesa de internacionalização dos jogos

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