O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), Sebastião Bugalho, realçou, esta sexta-feira, que o coletivo que juntou o Partido Social Democrata (PSD) e o CDS-PP propõe "um projeto de frescura" às eleições Europeias, contanto também "com experiência", de modo a "levar uma voz de Portugal à Europa que faça Portugal mais forte".
Assumindo que não é "ex nada nem demissionário de nada", Sebastião Bugalho assegurou, em entrevista à CNN Portugal, que aceitou tomar o lugar de cabeça de lista da AD por "acreditar no projeto europeu", tendo considerado que a sua falta de experiência poderá ser encarada como uma vantagem.
"Não tive de me demitir de funções públicas, não tive de sair de funções públicas. Não acho que a minha inexperiência, - que é óbvia, porque tenho 28 anos, ainda estou a ganhá-la, - seja uma desvantagem; pelo contrário. O nosso projeto é um projeto de frescura e, além disso, a nossa equipa também conta com experiência. Nesse sentido, acredito que há um equilíbrio político nesta candidatura. Esta candidatura é diferente das outras e precisamente por isso é que merece a confiança dos portugueses", disse.
Confrontado com as suas opiniões de 2016, nas quais se mostrou um tanto ou quanto contra o projeto europeu, o ex-jornalista admitiu ser "mais europeísta, mas a Europa também é".
"Em 2016 ia fazer 21 anos e era crítico do estado da União Europeia (UE). Mas, de um modo, éramos todos um bocadinho. Em 2016, a Europa estava a perder um dos seus parceiros mais importantes do ponto de vista cultural e do ponto de vista defensivo, o Reino Unido. Em 2016, a crise de refugiados teve uma resposta, no meu entender, tardia, que custou vidas inocentes que procuravam uma vida melhor na Europa. Tínhamos um presidente do Eurogrupo que dizia que os países do sul, como Portugal, só estavam interessados em mulheres e bebida. Portanto, compreenda que, para mim era, um pouco difícil não ser crítico da Europa neste contexto. Sou mais europeísta, mas a Europa também é", defendeu.
Sebastião Bugalho, que realçou ter enveredado no cargo de cabeça de lista da AD enquanto independente, adiantou, além disso, pretender "levar uma voz de Portugal à Europa que faça Portugal mais forte", não colocando sequer "como possibilidade o cenário de perder". Na verdade, o jovem ambiciona obter "mais um ponto" dos votos do que a sua idade, ou seja, 29%.
"Não vou fazer ataques pessoais a Marta Temido. Aliás, nesta pré-campanha, telefonei-lhe justamente para lhe desejar a melhor das sortes"
Questionado quanto às críticas que teceu enquanto comentador contra a cabeça de lista pelo Partido Socialista (PS) e antiga ministra da Saúde, Marta Temido, o jovem recusou "fazer afirmações taxativas", tendo apontado que a sua opinião de que a socialista foi a pior responsável pela tutela "tem mais a ver com factos do que com juízos de valor".
"Não vou fazer ataques pessoais a Marta Temido. Aliás, nesta pré-campanha, telefonei a Marta Temido justamente para lhe desejar a melhor das sortes e felicidade. Fi-lo com a maior cortesia democrática. Não querendo fugir à pergunta, fui crítico do mandato de Marta Temido enquanto ministra da Saúde, não em concreto da gestão da pandemia, mas nos resultados que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), no meu entender, deveria ter entregado aos portugueses e não conseguiu, ainda por cima com um aumento brutal do investimento público", disse.
Bugalho foi mais longe, tendo realçado que foi "crítico do mandato de Marta Temido porque os portugueses esperam mais do SNS e têm razões para isso", e que a então ministra da Saúde "conseguiu o oposto do que queria".
"Queria um SNS mais público, com mais responsabilidade junto do Estado, e o que conseguiu fui um SNS mais dependente do privado e os portugueses, infelizmente, mais dependentes de recorrerem a gastos na saúde. Sendo crítico dessa gestão do SNS, tenho a maior solidariedade pessoal por Marta Temido, porque foi ministra durante uma pandemia - é algo que não se deseja a ninguém", indicou.
[Notícia atualizada às 21h59]
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