A eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias, criticou a posição do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, dizendo que este tenta "justificar o genocídio em curso" na Faixa de Gaza.
"Paulo Rangel deveria estar a articular-se com os governos europeus que se preparam para reconhecer o Estado da Palestina na próxima semana em vez de andar a tentar justificar o genocídio em curso"; declarou Marisa Matias numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
As suas declarações surgem na sequência de Rangel recusar chamar de genocídio ao que está a acontecer em Gaza, uma vez que o atual governante considera que seria "injusto" dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano, mas realça a existência de uma catástrofe humanitária.
O ministro do Negócios Estrangeiros @PauloRangel_pt deveria estar a articular-se com os governos europeus que se preparam para reconhecer o Estado da Palestina na próxima semana em vez de andar a tentar justificar o genocídio em curso.
— Marisa Matias (@mmatias_) May 13, 2024
"O genocídio pressupõe a vontade de eliminar um povo. Seria muito injusto dizer que Israel pretende eliminar o povo palestiniano", disse Paulo Rangel, numa entrevista ao jornal espanhol El País, onde sublinha que "existe uma catástrofe humanitária que exige condenação, que exige que Israel aceite um cessar-fogo imediato e que precisa de ser reparada o mais rapidamente possível".
Paulo Rangel recorda que Portugal expressou esta posição ao Governo israelita e ao seu embaixador em Lisboa.
Questionado sobre se a comunidade internacional deveria impor medidas punitivas a Israel, o ministro respondeu que se deve "exercer grande pressão sobre o Governo".
"Portugal entende que o Estado israelita enfrenta uma ameaça existencial. Isto também não deve ser escondido, mas uma coisa não elimina a outra", refere.
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