"Fazer política aqui na Madeira é extremamente difícil. Temos um Governo Regional do PSD que tem sido tentacular, que tem aprisionado até toda uma sociedade civil que é preciso resgatar. Precisamos de libertar esta região destes tentáculos do Governo do PSD", disse Paulo Cafôfo numa iniciativa de campanha junto de uma creche, no concelho de Câmara de Lobos, contíguo a oeste do Funchal.
O também líder do PS/Madeira salientou que o partido tem demonstrado, ao longo de quase 50 anos de democracia e autonomia, "um papel preponderante, importantíssimo de resistência e resiliência na região", apesar dos "altos e baixos, como é normal".
Paulo Cafôfo já tinha sido cabeça de lista do PS nas regionais de 2019, tendo alcançado o melhor resultado de sempre dos socialistas, com a eleição de 19 deputados.
Nas últimas eleições madeirenses, em 24 de setembro de 2023, o PS apresentou como cabeça de lista Sérgio Gonçalves e perdeu nove lugares do parlamento regional, ficando apenas com 11 deputados.
O cabeça de lista do PS considerou que agora os contextos políticos "são diferentes, o PSD da altura não é mesmo de agora, o PS também não é o mesmo PS" e há "uma dinâmica e dispersão do eleitorado com outros partidos".
Por isso, defendeu, chegou o "momento de virar a página" na política regional.
"Em 2019 [o PSD] perdeu a maioria absoluta, teve de se juntar ao CDS. Em 2023, voltou a não ter maioria absoluta, o CDS não chegou e teve que se juntar ao PAN. Portanto, há aqui um partido que tem estado continuadamente e perder", afirmou.
Ao quarto dia de campanha para as eleições de dia 26, o PS abordou hoje o tema da educação, defendendo que a Madeira "pode ser melhor do que os outros" se apostar na qualificação das pessoas para a região ter um desenvolvimento e crescimento sustentável.
"O nosso objetivo é que tenhamos uma educação de excelência e gratuita desde à creche até à universidade", realçou o candidato do PS, que preconiza creche gratuita para todas as crianças da Madeira e que o Governo Regional assuma o encargo com as propinas dos estudantes madeirenses que frequentam o ensino superior.
"Há aqui uma estratégia concertada no investimento na educação, tendo em conta não só a qualidade de vida dos madeirenses, mas também que possamos ter aqui um crescimento económico que permita também salários mais bem remunerados porque efetivamente os vencimentos nas região são efetivamente baixos", salientou.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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