Para o secretário-geral do Partido Socialista (PS), não se pode permitir que "as crianças nas escolas passem a achar que há meninos diferentes que são filhos de pais que são mais preguiçosos".
Referindo-se à polémica que estalou, sexta-feira, no Parlamento, com as declarações do Chega sobre os "turcos", e a consequente tomada de posição do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, Pedro Nuno Santos reitera que "há pessoas que são diferentes".
"Os portugueses também são muito diferentes entre si. Não há características nacionais e não podemos permitir isso na casa da Assembleia da República", afirmou aos jornalistas, este sábado, desde a Madeira, onde está em campanha acompanhado de Marta Temido.
"O senhor presidente da Assembleia da República tem uma responsabilidade suprema. E que ninguém se esconda atrás da liberdade de expressão que foi uma das maiores conquistas de Abril para ofender, para diminuir e para descriminar e promover o discurso racista", prosseguiu, acrescentando que o "discurso racista do Chega e de muitos outros que o escolhem ter vai ter um combate sem tréguas do PS".
"Esse combate faz-se na AR e a segunda figura do Estado tem uma responsabilidade maior do que a maioria dos portugueses", atirou ainda.
Recorde-se que o presidente da Assembleia da República defendeu, esta sexta-feira, que não censura os partidos e que todos têm direito à liberdade de expressão, depois de as bancadas se insurgirem contra as declarações de André Ventura.
O líder do Chega tinha referido, sobre a construção do novo aeroporto, que "podemos ser muito melhores que os turcos, que os chineses, que os albaneses, vamos ter um aeroporto em cinco anos" - a visão foi contestada por PS, BE e Livre e aplaudida de pé pela bancada do Chega.
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