O cabeça de lista do Chega às Eleições Europeias, António Tânger Corrêa, garantiu, esta quarta-feira, que o partido vai procurar "reforçar" a sua posição junto da Ucrânia no âmbito do conflito armado que o país protagoniza com a Rússia.
"O Chega não é nada pró-russo, pelo contrário. Temos a nossa identidade e, em caso algum, vamos deixar de a ter e de respeitar os nossos princípios. Vamos estar, brevemente, com o embaixador da Ucrânia para reforçar a nossa posição pró-Ucrânia neste conflito. Não temos qualquer dúvida", disse o diplomata de profissão, em entrevista na SIC Notícias.
Nas mesmas declarações, afirmou que "qualquer aproximação" entre a Rússia e a NATO, "qualquer ponte que seja estabelecida", é "positiva". Não pode é acontecer "à custa da Ucrânia", esclareceu, afirmando que o país "não pode ser o elo fraco" dessa "ligação" e acrescentando: "Nunca fomos recebidos por Putin nem nunca tivemos uma aproximação ao líder russo".
"Se houver uma aproximação, é porque a guerra acabou. Faz sentido se não for a expensas da Ucrânia e se, com isso, se verificarem maiores possibilidades de paz para a Europa", reiterou o candidato do Chega, que garantiu que o líder do partido será parte ativa da campanha eleitoral.
"Já houve uma tentativa" de junção entre ID e Conservadores
Na mesma entrevista, Tânger Corrêa garantiu que "já houve uma tentativa" de ver os grupos europeus Identidade e Democracia e Conservadores juntarem-se sob uma única bandeira, "que não funcionou". Atualmente, no entanto, "não há", vaticinou.
Recorde-se que sobre uma eventual mudança do Chega de grupo na Europa, o líder do partido, André Ventura, já tinha reiterado que "essa questão não se coloca agora", mas admitiu que possa haver uma "aproximação" entre os grupos.
"Neste momento, o Chega é solidário com todos os seus parceiros internacionais", disse, acrescentando: "Isto não quer dizer que não possa haver uma aproximação para vencer as eleições a nível europeu entre Conservadores e ID, mas esse é um trajeto que, primeiro, não depende só de mim."
André Ventura realçou, por outro lado, que continuarão a lutar para que o partido vença as eleições europeias, indicando que já transmitiu aos líderes italianos, alemães e franceses das forças que integram o Identidade e Democracia que a guerra na Ucrânia é uma "questão fundamental" para o Chega.
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