O líder do Chega, André Ventura, revelou esta quinta-feira que um homem foi detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP) junto à sede do partido, em Lisboa, após "ter dito que transportava um engenho explosivo" e que o "quereria" matar.
"Fui informado agora de que alguém teria entrado ou tentado entrar na nossa sede. Disse que transportava um engenho explosivo e que me quereria matar", explicou André Ventura aos jornalistas, na Madeira.
Segundo o líder do Chega, foi "montado um perímetro de segurança" junto à sede do partido e do Parlamento por "ameaça de bomba".
"O Chega entrará em contacto com as autoridades ao longo do dia e vai verificar se aqui onde estou [no Funchal] também há algum perigo ou se é uma situação isolada", adiantou.
Ventura considerou ser "lamentável que esta escalada de violência possa continuar".
Ao Notícias ao Minuto, fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP confirmou que recebeu um alerta de ameaça de bomba na sede do Chega pelas 9h42.
A mesma fonte adiantou que um "indivíduo entrou com uma mochila" e "percorreu o edifício", dizendo ter na sua posse "engenhos explosivos".
Foi montado um perímetro de segurança à volta do edifício e o trânsito nas artérias envolventes foi cortado. À chegada do Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS), "não se veio a apurar nenhum explosivo".
O suspeito, "por apresentar um comportamento incoerente", será internado ao abrigo da lei de saúde mental. Questionada se foram dirigidas ameaças a André Ventura, a PSP não confirmou.
O porta-voz da PSP, Sérgio Soares, disse à Lusa que "pode haver uma questão do foro psicológico", ressalvando que ainda não está confirmado o conteúdo da mochila.
Sérgio Soares não confirmou quantos meios foram acionados para o local e indicou que não há registo de feridos.
Já a assessoria do Chega disse que o alerta foi dado cerca das 11h30 e relatou que um homem entrou na sede do partido com uma mochila, dirigiu-se a um funcionário e perguntou pelo líder, André Ventura, e "disse que ia colocar uma bomba no edifício".
Em comunicado divulgado praticamente ao mesmo tempo que André Ventura falava aos jornalistas, o partido alegou que "tudo isto surge como resultado do clima de ódio e de cancelamento que a extrema-esquerda tem criado, nas últimas semanas, a partir de declarações, das outras bancadas, face à liberdade de expressão e à política de perseguição".
O Chega considerou "ser totalmente inadmissível que nos 50 anos do 25 de Abril ainda existam episódios deste tipo" e repudiou "qualquer tipo de comportamento de violência".
[Notícia atualizada às 12h46]
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