No final da reunião do Grupo Parlamentar do PSD, Hugo Soares foi questionado se o partido iria propor ou apoiar alguma das propostas de inquérito sobre o tema, que serão debatidas em plenário em 20 de junho.
"Posso adiantar, do ponto de vista do princípio, que o Grupo Parlamentar do PSD estará disponível para viabilizar um dos textos. A seu tempo tomaremos uma decisão definitiva [sobre qual], mas estamos disponíveis para viabilizar uma comissão de inquérito àquilo que aconteceu -- repito, àquilo que aconteceu -- na SCML", afirmou.
Hugo Soares defendeu que "todo o escrutínio é de saudar", mas apelou a que essa comissão de inquérito "não contribua para desprestigiar a instituição", que considera precisar de estabilidade agora que tem "uma nova equipa e um novo rumo".
"As várias propostas têm um horizonte temporal muito parecido, não temos sobre isso nenhum estigma. Achamos que o trabalho deve ser rápido, deve ser profícuo, não deve criar instabilidade na instituição", afirmou.
De acordo com vários órgãos de comunicação social, também o PS já manifestou disponibilidade para viabilizar uma das propostas já entregues, mas sem indicar qual.
Na reunião do grupo parlamentar, foi ainda anunciado que o PSD realizará jornadas a 01 e 02 de julho com o objetivo de preparar o debate do estado da nação, marcado para dia 12 desse mês.
O novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Paulo Duarte Sousa, tomou posse na segunda-feira, depois de o Governo PSD/CDS-PP ter exonerado do cargo a antiga ministra da Saúde do PS Ana Jorge.
A mudança na gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acontece num momento de grande turbulência e instabilidade na instituição, com a provedora Ana Jorge exonerada antes de completar um ano à frente do organismo, acusada pelo atual governo de "atuações gravemente negligentes" que afetaram a gestão da Santa Casa.
Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
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