"É preciso uma esquerda mais forte no parlamento, porque se o Bloco de Esquerda tiver mais força, tiver mais deputados e deputadas na assembleia legislativa, certamente terá mais força para forçar uma mudança política nesta região e para não deixar que o próximo governo da nossa região caia novamente nos braços da direita que nos trouxe a esta situação de desgraça social", afirmou Roberto Almada, no encerramento da campanha às eleições regionais de domingo, após uma arruada pelas ruas do Funchal.
Contando com a presença da coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, para apoio no final da campanha eleitoral, o representante do partido na Madeira fez um último apelo ao voto na candidatura, pedindo a sua eleição e a da número dois da lista, Dina Letra, o que corresponderia a um reforço da representatividade dos bloquistas no parlamento regional, onde atualmente contam com um mandato, assumido por Roberto Almada.
"Façamos sentir a necessidade de colocar mais deputados e deputadas no parlamento da Madeira, na Assembleia Legislativa da Madeira, porque eu quero ter a Dina ao meu lado, para lutarmos ainda mais contra este poder e para lutarmos ainda mais pelos madeirenses e pelos porto-santenses", apelou o cabeça de lista do BE.
Como balanço de duas semanas de campanha, Roberto Almada disse que houve "muitas pessoas" que receberam o BE "de braços abertos", ressalvando que há também quem não goste, mas tem "todo o direito de não gostar".
O Bloco ouviu as preocupações da população, desde os problemas de acesso à habitação, à defesa do ambiente, e assumiu o compromisso de apresentar propostas no parlamento regional.
"No próximo domingo, é isso que vamos fazer, todas e todos os madeirenses que forem às urnas, é eleger os 47 deputados da assembleia legislativa. Não é eleger nenhum presidente do governo e, por isso, não faz sentido nenhum que alguns andem por aí a apregoar que o voto ou se faz num ou se faz noutro, como se eles fossem muito diferentes", indicou o bloquista, numa alusão ao apelo do PS ao voto útil.
Roberto Almada reforçou que o voto no BE pode fazer a diferença: "Se os madeirenses quiserem que sejam um voto que mude alguma coisa na Madeira, tem de ser um voto naquela oposição que não foge, naquela oposição que não deserta, naquela oposição que efetivamente tem estado sempre junto das pessoas, tem estado sempre na defesa dos madeirenses e dos porto-santenses, e não daqueles que fingem que querem estar ao lado dos madeirenses, mas à primeira oportunidade fogem para Lisboa e fogem para outros sítios".
Nesta campanha, acrescentou, "a oposição mais forte, a candidatura mais forte, a esquerda que lhes bateu mais forte, foi a candidatura do Bloco de Esquerda", que foi igualmente a que apresentou "mais propostas políticas" para resolver os problemas da região.
O líder do BE na Madeira realçou ainda que "há décadas" que o partido luta contra a corrupção, reiterando que foi sem surpresa que viu a investigação policial que fez cair o Governo Regional (PSD/CDS), com o atual presidente do executivo madeirense e cabeça de lista do PSD, Miguel Albuquerque, a ser constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção.
Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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