Chega diz que cabe a Albuquerque "ter coragem" de governar sem maioria
O cabeça de lista do Chega às eleições regionais madeirenses, Miguel Castro, afirmou hoje que o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, terá de "ter a coragem" para governar sem maioria, considerando que "não é necessário haver coligações".
© Reprodução/Facebook
Política Eleições na Madeira
"Não é necessário haver coligações, nem acordos parlamentares de maioria, para os partidos governarem. Miguel Albuquerque representa o partido mais votado, portanto por si só tem a legitimidade de governar. Agora, não pode é governar coligado ou mesmo com o apoio parlamentar do Chega", afirmou Miguel Castro.
O cabeça de lista e líder regional do Chega falava num hotel no Funchal, onde o partido se instalou para acompanhar esta noite o resultado das eleições legislativas da Madeira, com cerca de duas dezenas de apoiantes e militantes, festejando a conquista de quatro mandatos, o mesmo número que conseguiu em setembro de 2023.
Em reação à vitória do PSD nas eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta, o líder regional do Chega disse que "Miguel Albuquerque terá de ter a coragem de governar com um governo minoritário, mas se apresentar as propostas melhores para os madeirenses e porto-santenses com certeza que o Chega as aprovará".
"Se forem outros partidos, outras forças políticas, que apresentem essas propostas, nós também aprovaremos", ressalvou.
Apesar de recusar qualquer tipo de acordo para o PSD governar, Miguel Castro defendeu que o Chega "é o partido que mais responsabilidade terá no parlamento regional da Madeira", realçando o crescimento no número de votos em relação às anteriores eleições de há oito meses, de 12.028 para 12.541 votos, e na percentagem, de 8,88% para 9,23%.
"Só não cresce no número de mandatos, precisamente, por causa da abstenção", apontou, cumprimentando o JPP como o "grande vencedor" destas eleições e o PSD como o partido mais votado.
De acordo com dados oficiais provisórios, o PSD obtive 36,13% dos votos e 19 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados, sendo necessário 24 assentos para ter maioria absoluta.
Em segundo lugar, o PS conseguiu 11 eleitos, seguindo-se o JPP, com nove, o Chega, com quatro, o CDS-PP, com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada. Saem da Assembleia Legislativa, em relação à anterior composição, o BE e a CDU.
"Existirá uma aritmética parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira que dará uma maioria à direita, em que desaparecem dois partidos da extrema-esquerda", indicou o cabeça de lista do Chega.
Miguel Castro frisou que "só haverá governo na Madeira à direita com a participação do Chega", mas realçou que o partido tem como condições para apoiar um governo do PSD a realização de uma auditoria às contas públicas da região e o afastamento de Miguel Albuquerque.
"Sem essas condições, não haverá governo ou o Chega não apoiará o partido que foi mais votado, que foi o PSD", reiterou.
O líder madeirense do Chega disse ainda que "é inalienável e inegociável" o compromisso de combate à corrupção.
"Não vamos negociar com um governo ou com um partido que tem alguém à frente e que está indiciado e constituído arguido em casos de corrupção pelo poder do exercício político", afirmou.
"Existirão, com certeza, no parlamento, outras oportunidades e outras hipóteses, mas nunca um governo de direta sem a participação do Chega. Nós sabemos que o JPP teve um excelente resultado, poderá se juntar ao PSD, mas isso será uma responsabilidade do JPP e não do Chega", adiantou.
Remetendo possíveis entendimentos para dentro do parlamento, Miguel Castro reforçou que o Chega pode "aprovar propostas da direita ou da esquerda desde que elas sejam do maior interesse para os madeirenses e porto-santenses", inclusive o orçamento da região.
"Queremos estabilidade política, agora cabe aos outros partidos que também são intervenientes na política madeirenses também assumirem essa seriedade e essa responsabilidade", indicou.
Catorze candidaturas disputaram no domingo os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas de domingo ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
[Notícia atualizada às 00h15]
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