Albuquerque disponível para dialogar com "todos os partidos"
O líder do PSD/Madeira, partido que venceu hoje as eleições legislativas sem maioria absoluta, disse estar disponível para negociar com "todos os partidos com assento parlamentar" e assegurar um "governo com estabilidade" na região autónoma.
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Política Madeira
"Os resultados são fáceis de interpretar. Nós somos o partido que foi escolhido pelo povo madeirense para governar", disse Miguel Albuquerque, para logo reforçar: "estamos disponíveis neste momento para encetar aquilo que a população precisa, que é um governo com estabilidade, que aprove o Orçamento e o programa de Governo até o mês de julho [...] e é fundamental que isso aconteça."
Albuquerque, também presidente demissionário do executivo PSD/CDS-PP, falava aos jornalistas na sede do partido, no Funchal, onde fez a primeira declaração de vitória.
O PSD venceu hoje as legislativas antecipadas com 36,13 % (49.103 votos), de acordo com os resultados finais provisórios divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, elegendo 19 deputados, num total de 47 que compõem o parlamento regional, menos um do que nas eleições de 2023, às quais concorreu coligado com o CDS-PP.
O PS foi o segundo partido mais votado (21,32% - 28.981 votos) e manteve os 11 deputados, o JPP afirmou-se como a terceira força na região (16,89 % - 22.958 votos) aumentando de cinco para nove representantes, o Chega elegeu quatro deputados (9,23 %12.541 votos), o menos número de eleitos em 2023, o CDS-PP (3,96 % - 5.384 votos) passou de três para dois deputados, ao passo que a IL (2,56 % - 3.482 votos) e o PAN (1,86 % - 2.531 votos) mantiveram um deputado cada um.
"Estamos disponíveis para governar com todos os partidos com assento parlamentar", disse Miguel Albuquerque, excluindo, no entanto, os socialistas.
"Obviamente o PS, neste momento, não é nenhuma solução", declarou.
O líder social-democrata vincou estar disponível para dialogar num "quadro de estabilidade e de responsabilização perante os cidadãos", realçando que o PSD não tem "a arrogância nem a soberba do poder" e que o poder que lhes é conferido "é algo que deve ser utilizado para servir a população".
Contudo, não mencionou nenhum partido em concreto, nem indicou se pretende governar em minoria, negociar um acordo de governo ou um acordo parlamentar.
"Eu espero, quando chegar ao representante [da República para a Madeira], ter um quadro mais estável. Agora, isso não vai depender só de mim, porque o diálogo tem duas vias e a responsabilidade não é apenas do PSD", disse.
Miguel Albuquerque classificou como "extraordinário" o facto de o partido continuar a vencer as eleições ao fim de 48 anos de Governo na região autónoma, desde 1976, e considerou que, apesar da perda da maioria absoluta, sinalizada pela primeira vez em 2019, o "desgaste foi residual".
"Agradeço aos madeirenses e porto-santenses, ao fim de 48 anos, continuarem a confiar no nosso partido. É sinal que governamos bem e é sinal que governamos em prol da 'res publica' e do sentido do povo", disse.
Também chamou a atenção para as circunstâncias em que decorreram estas eleições, referindo-se à crise política decorrente do processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, no qual foi constituído arguido, o que motivou a queda do governo PSD/CDS-PP, em gestão desde fevereiro.
"[A eleição] foi espoletada por uma averiguação, por um estigma nas pessoas", disse, para logo reforçar: "e mesmo com esse estigma -- não há nenhuma condenação, é um estigma -- nós vamos a eleições e tivemos uma vitória inequívoca e clara."
Albuquerque sublinhou o "esforço e a dedicação" dos militantes durante a campanha, que disse ter sido "muito dura e muito difícil", tendo ele e a família sido atacados várias vezes "de forma abjeta e soez".
O líder social-democrata madeirense foi o primeiro a reagir ao resultado das eleições e disse ter também falado com o presidente do partido, Luís Montenegro.
"Ele felicitou-me", indicou.
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