A grande surpresa das eleições da Madeira não foi o vencedor, nem o facto do Partido Social Democrata (PSD) não ter maioria absoluta. Foi sim a conquista de nove deputados por parte do Juntos pelo Povo (JPP), que com quase 17% dos votos conquistou o 'troféu' de terceira força política no parlamento regional.
Até Alberto João Jardim, histórico líder do Governo regional, sempre eleito pelo PSD, reconheceu que o JPP é "o grande vencedor" das eleições da Madeira.
Mas afinal que partido é este que pode colocar a governação do PSD em risco (se fizer uma geringonça com o PS)?
O Juntos pelo Povo (JPP) nasceu no município de Santa Cruz em abril de 2009, para concorrer às eleições autárquicas desse mesmo ano, pelas mãos de dois irmãos, Filipe Sousa e Élvio Sousa, que é o atual secretário-geral e líder parlamentar do partido.
De acordo com o site oficial, é um partido "com raízes num movimento de cidadãos empenhados numa cidadania participativa, que motive a consciência cívica de intervenção".
Nesse mesmo ano, o JPP gaba-se de ter retirado, "pela primeira vez na histórica democrática da Região Autónoma da Madeira, a maioria ao executivo social-democrata da Câmara Municipal de Santa Cruz, e venceu com maioria absoluta a Junta de Freguesia de Gaula".
Passados 15 anos, o JPP já se apresentou não só a eleições autárquicas, como regionais e até nacionais. Colecionando várias vitórias, que se consolidaram este domingo, 26 de maio.
No seu site oficial, os fundadores descrevem o partido como "defensor da democracia", com uma "matriz social, basista e plural", com uma "orientação clara e construtiva", tendo em vista "meios e ações renovadores que motivem a consciência cívica de intervenção, promovendo e valorizando, desta forma, a cidadania participativa na resolução dos problemas nacionais".
O JPP assume-se ainda como "um instrumento de diálogo político para o eleitorado político, cujo descontentamento perante a situação atual do país tem sido sistematicamente sub-representado pelo modelo de atuação dos partidos políticos tradicionais, visando a construção de uma sociedade justa e plural, que se rege pelos princípios da Unidade, Transparência e Resistência" e "enquanto organização política pretende representar todos os cidadãos portugueses no território nacional e na diáspora".
Apesar disso, alguns acusam-no de ser "demagogo" e "populista", uma espécie de movimento antissistema mas à Esquerda, ao contrário do que se tem passado a nível nacional e até europeu, que, tem assistido ao crescimento da extrema-direita.
A nível nacional o JPP tem uma expressão praticamente irrelevante. Contudo, na Madeira tornou-se num fenómeno muito poderoso.
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