O Partido Socialista (PS) da Madeira e o Juntos pelo Povo (JPP) anunciaram, esta segunda-feira, terem chegado a um entendimento, por forma a alcançar um "governo estável e responsável" na região.
"Após o resultado das eleições para a assembleia legislativa da Madeira, e com o objetivo de promover uma solução de governo estável, mas também responsável, o PS e o JPP chegaram a um compromisso conjunto", anunciou o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas.
Os dois partidos, que "tiveram mais votos e mais deputados" eleitos do que Partido Social Democrata (PSD), decidiram "formalizar uma declaração de princípios para encetar diálogo com os restantes partidos com representação parlamentar, à exceção do PSD e do Chega", por forma a alcançar "um apoio parlamentar mais robusto".
Os coletivos pretendem ainda "não viabilizar qualquer solução governativa apresentada pelo PSD", assim como "apresentar uma solução de governo conjunta ao representante da República que permita nomear um governo regional apresentado" pelo PS e pelo JPP.
"O entendimento que o PS e o JPP estabelecem hoje prevê a responsabilidade de apresentar uma solução parlamentar que forme um novo governo regional com um programa que responda aos problemas, aos anseios e às necessidades dos madeirenses e dos porto-santenses", disse.
Cafôfo apontou ainda que "48 anos de poder interrupto do PSD fazem deste um partido esgotado e sem respostas", ao mesmo tempo que reforçou que os sociais-democratas "tiveram o pior resultado de sempre e não conseguem formar uma maioria". Defendeu, por isso, ser necessária "alternância partidária" para chegar a uma "democracia saudável".
"Estamos perante a oportunidade de vermos governar uma outra solução para a Madeira, uma solução responsável que coloque os interesses do madeirenses e dos porto-santenses acima de qualquer outro interesse e que nos permita finalmente termos estabilidade", disse, apelando à "responsabilidade de todos os partidos".
Saliente-se que o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, disse hoje que estava a preparar "cenários de estabilidade" para o executivo, tendo pedido confiança aos madeirenses quanto à sua "capacidade de governança".
Questionado por diversas vezes sobre entendimentos, o dirigente do JPP garantiu, no domingo, que "Miguel Albuquerque e o PSD estão fora da equação", enquanto considerou que o JPP é um "agente de estabilidade" e realçou que a Madeira não ficará ingovernável por sua responsabilidade.
Também no domingo, o líder do PS/Madeira tinha considerado que os resultados eleitorais evidenciavam ser possível uma mudança de governo na região, tendo dado conta de que estava disponível a dialogar para construir uma alternativa.
Segundo os resultados provisórios disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PSD obtive 36,13% dos votos e 19 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados, sendo necessário 24 assentos para ter maioria absoluta.
Em segundo lugar, o PS conseguiu 11 eleitos, seguindo-se o JPP, com nove, o Chega, com quatro, o CDS-PP, com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada. Saem da Assembleia Legislativa da Madeira, em relação à anterior composição, o BE e a CDU.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, vai ouvir na terça-feira os partidos eleitos nas eleições antecipadas de domingo dada a urgência de se encontrar uma solução governativa para a região, informou hoje o seu gabinete.
[Notícia atualizada às 20h31]
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