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JPP tenta "alternativa histórica" mas "provavelmente" será PSD a governar

O Juntos pelo Povo (JPP) disse hoje que tentou "construir uma alternativa que seria histórica" com o PS na Madeira, mas considerou que "muito provavelmente" será o PSD a governar a região, criticando o eventual entendimento com o CDS-PP.

JPP tenta "alternativa histórica" mas "provavelmente" será PSD a governar
Notícias ao Minuto

16:32 - 28/05/24 por Lusa

Política Eleições/Madeira

"José Manuel Rodrigues [presidente do CDS/Madeira] já recebeu um par de andarilhos daqueles do século XVIII para usar ali na corte. Bom, já é um caminho de entendimento, portanto já começo a falar um pouco nessa solução", afirmou o secretário-geral do JPP e deputado eleito nas legislativas da Madeira, Élvio Sousa, referindo-se a um possível entendimento entre o PSD e o CDS-PP para governar a região.

Élvio Sousa falava após a audição com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que hoje está a receber no Funchal os sete partidos com representação parlamentar, após as eleições regionais de domingo, por ordem crescente de votação: PAN (um deputado), IL (um), CDS-PP (dois), Chega (quatro), JPP (nove), PS (11) e PSD (19).

Sobre a solução conjunta de PS e JPP para governar a região e romper com os 48 anos de poder do PSD, Élvio Sousa indicou que se mantém, apesar de considerar que "muito provavelmente" Miguel Albuquerque se manterá à frente do Governo Regional.

"Não sei se morreu ainda [a solução conjunta entre PS e JPP], porque nós ainda estamos a aguardar contactos. As conversas ainda continuam", referiu.

O líder do JPP entrou no Palácio de São Lourenço, residência oficial do representante da República na Madeira, com o livro "Pequeno Manual para a Vida", com "10 regras simples para uma vida feliz", destacando uma em particular: "Quando te dedicares a alguma coisa, não te detenhas, nem te envergonhes de ser visto a fazê-la".

Élvio Sousa apelidou o entendimento entre PS e JPP como "um manual de sobrevivência ou de alternância", manifestando-se de "consciência tranquila" e reiterando que "Miguel Albuquerque devia ser castigado, e foi [nas eleições], pelo facto de não ter aprovado um orçamento, portanto a região, as famílias e as empresas estão com esse fadário".

Sublinhando que o JPP não conversou com nenhum partido antes das eleições, o líder do partido disse que "só na segunda-feira" recebeu a chamada do PS para um entendimento, que "não foi, nem é uma coligação, é apenas uma declaração de interesses", que foi cozida "em lume brando, não [...] em panela de pressão", e que foi apresentada ao CDS-PP, IL e PAN.

Entre os princípios do acordo está a redução da estrutura governativa, prevenção e combate à corrupção, mobilidade e transportes, inclusive o 'ferry', redução dos tempos de espera na saúde e investimento na habitação.

"Podíamos ficar sentados no divã -- como estão alguns partidos a dizer que não querem uma coisa, nem nada -- e estar calmamente a aguardar", criticou Élvio Sousa, considerando que "a história não ia perdoar" que o JPP ficasse "impávido e sereno" sem tentar uma abordagem diferente.

Segundo o secretário-geral do JPP, o representante da República disse que "não estava à espera" do entendimento com o PS, "mas que não deixa de ser uma solução".

No entanto, Élvio Sousa adiantou, de acordo com o que leu na imprensa, "o próprio Miguel Albuquerque convidou José Manuel Rodrigues para ser indigitado, portanto já está calçado".

O JPP não convidou o CDS-PP para fazer parte deste entendimento, indicou, desconhecendo algum convite por parte do PS.

"Se hoje sair daqui outra solução [que não a de PS e JPP], é a democracia a funcionar", afirmou, explicando que o acordo conjunto "só vigora para aquela declaração de princípios".

Sobre os inquéritos crimes relacionados com o líder do PSD/Madeira, o secretário-geral do JPP considerou que "Miguel Albuquerque está conspurcado com alegados casos de corrupção".

E, acrescentou, se voltar a liderar o Governo Regional, "mais dia, menos dia, vai estar outra vez na corda bamba".

Em relação ao possível descrédito por parte dos eleitores no JPP, Élvio Sousa frisou que "toda a audácia comporta risco", assegurando que os órgãos do partido foram consultados sobre o entendimento com o PS, que "não é nenhum casamento, não é nenhuma coligação".

Relativamente a existência de investigações judiciais que envolvem o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, o representante do JPP disse que "existe a presunção de inocência".

O parlamento madeirense é constituído por 47 deputados, pelo que a formação de uma maioria requer 24 eleitos.

Nas eleições de domingo, o PSD de Miguel Albuquerque (presidente do executivo madeirense desde 2015) voltou a vencer as legislativas regionais e elegeu 19 deputados, afirmando-se disponível para assegurar um "governo de estabilidade", mas o PS considerou haver margem para construir uma alternativa.

Na segunda-feira, o PS e o JPP anunciaram "uma solução de governo conjunta" no arquipélago, a apresentar ao representante da República na Madeira, apelando à participação dos restantes partidos, à exceção do PSD e do Chega, "de modo a construir um apoio parlamentar mais robusto".

As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

[Notícia atualizada às 17h38]

Leia Também: Cafôfo diz ter mesma legitimidade que PSD para apresentar solução

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