Lisboa, 30 mai 2024 (Lusa) -- A cabeça de lista do partido ADN às eleições europeias, Joana Amaral Dias, manifestou-se hoje contra as visitas do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a Portugal, Bélgica e Espanha, considerando estar "a drenar os recursos".
"Aquilo que nós assistimos ontem, este périplo, o Zelensky na Bélgica, em Espanha e em Portugal para ir buscar mais armamento e drenar também os nossos recursos, porque estamos também a drenar os hospitais portugueses, as escolas portuguesas, etc., para acrescentar mais caças, mais armas... Nós a isso dizemos não", afirmou Joana Amaral Dias.
Falando aos jornalistas junto à Igreja dos Anjos, em Lisboa, onde está a pernoitar para alertar para a complexidade da temática da imigração, a candidata disse que está na altura de "baixar a tensão" do conflito e encontrar "uma solução negociada".
"O Zelensky voltou a recusar muito recentemente a possibilidade de voltar a negociar. Na semana passada, Putin voltou a dizer que estava disponível para negociar e Zelensky voltou a fechar portas. Acho que está na altura de, efetivamente, procurarmos harmonia", salientou.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinaram na terça-feira um acordo de cooperação e segurança que prevê que Portugal forneça a Kiev apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.
Joana Amaral Dias disse ainda que a Ucrânia "teria de ser sempre devidamente apoiada" caso integrasse a União Europeia (UE), sendo que "os fundos e a contribuição dos cidadãos europeus seriam extremamente onerosos".
"Nesta situação em particular, no apoio militar, na escalada bélica à qual nós assistimos, nos estamos frontalmente e radicalmente contra. Nós estamos perante um conflito que envolve quatro potências nucleares. Se não é introduzida a paz, se não é introduzida a diplomacia, se não é introduzido o diálogo e a mesa das negociações, este conflito pode ser o conflito final. Este vórtice, esta vertigem, que [Ursula] von der Leyen ou Sebastião Bugalho, desde Marta Temido a [Jens] Stoltenberg, nos querem empurrar, é absolutamente irresponsável. É apenas a engorda do 'lobby' armamentista", precisou.
A candidata acrescentou que as "sanções à economia russa falharam redondamente", realçando que "continua pujante e cheia de vitalidade" e que "existem vários truques para fazer chegar na mesma o dinheiro à Rússia, através da transação petrolífera".
A economia russa cresceu 5,4% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2023, informou em 27 de abril o Ministério do Desenvolvimento Económico, que reviu em alta as previsões de crescimento para este ano.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que tinha atingido 4,8% em janeiro e 7,6% em fevereiro, desacelerou para 4,2% em março, segundo o relatório do ministério.
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