Com uma comitiva modesta, o BE juntou-se hoje perto da estação do metro do Mercado do Bolhão para iniciar a descida da Rua de Santa Catarina.
Entre bandeiras vermelhas, roxas ou até com as cores da comunidade LGBTQIA+, a cabeça de lista às eleições europeias, Catarina Martins, surgiu acompanhada pela coordenadora do partido, Mariana Mortágua, o antigo líder Francisco Louçã, o 'número dois' da lista José Gusmão e a ex-eurodeputada Marisa Marias.
Em declarações aos jornalistas, Mariana Mortágua disse acreditar na eleição do "segundo eurodeputado" do BE, ou seja, manter a representação no Parlamento Europeu.
"O objetivo eleitoral é sempre reforçar, continuar a crescer, sempre aumentar o número de votos e certamente eleger um segundo eurodeputado em Bruxelas, porque esse eurodeputado fará a diferença e fará diferença como eu disse até agora na defesa intransigente dos direitos humanos, pela paz, na defesa contra as alterações climáticas, pela habitação, pelo salário", argumentou.
Mortágua afirmou que quem vota no BE sabe que o partido "não se vende" e "não cede" à extrema-direita.
À margem das europeias, Mortágua comentou o facto de o parlamento ter aprovado hoje a proposta do PS sobre redução das taxas do IRS até ao 6.º escalão, mantendo as taxas dos escalões seguintes.
A bloquista lamentou que tenha sido chumbada a proposta do BE que pretendia deduzir os juros do crédito à habitação de créditos posteriores a 2011 no IRS, salientando que o PS a tinha aprovado na generalidade e que o PSD a apresentou "há meses".
"Infelizmente neste jogo de narrativas e de poder entre PS e PSD ficou pelo caminho talvez a proposta que mais diferença faria na vida de quem hoje tem uma prestação de crédito à habitação e não consegue pagá-la", criticou.
A "jogar em casa", Catarina Martins confessou a sua alegria em estar nas ruas do Porto e rejeitou comentar o facto de a comitiva do Chega ter descido esta rua cerca de uma hora antes.
"Não tenho nada a dizer a não ser que gosto muito de estar na rua, gosto muito de estar no Porto que é a minha terra. Gosto muito de estar na Santa Catarina aqui nesta rua onde sempre desfilamos em conjunto nas eleições", respondeu aos jornalistas.
Catarina Martins rejeitou ainda que as eleições europeias sejam uma segunda volta das legislativas e fez um apelo ao voto.
"Apelamos para que as pessoas vão votar, pela liberdade das mulheres, pelos direitos de toda a gente, contra o racismo e a violência, votar pela segurança, pelo direito à habitação, por uma vida boa, é essa a nossa campanha", disse.
"Eu quero teto, eu quero chão, quero direito à habitação", "Viva a Palestina resistir é resistir", "Domingo, eu voto, no BE" ou "Aqui, anticapitalistas há" foram alguns dos cânticos que foram acompanhando a arruada, que terminou perto do conhecido café Majestic.
Mariana Mortágua foi bastante solicitada para 'selfies' e Catarina Martins abordada por alguns populares. À comitiva juntaram-se nomes conhecidos dos bloquistas como o antigo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, o ex-deputado José Manuel Pureza, entre outros.
No início da arruada, dois homens que se identificaram como representantes dos lesados do BES abordaram a comitiva, com Catarina Martins a garantir que o BE não esqueceu esta causa e tem-na defendido.
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