Governar em duodécimos? PS/Madeira quer "desmontar a falácia e a mentira"

O líder do PS/Madeira lançou fortes farpas ao presidente do Governo Regional.

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© Paulo Spranger /Global Imagens

José Miguel Pires
26/06/2024 11:28 ‧ 26/06/2024 por José Miguel Pires

Política

Madeira

O líder do Partido Socialista (PS) da Madeira, Paulo Cafôfo, anunciou que o partido vai requerer "à Secretaria Regional das Finanças uma listagem com uma relação discriminada de todas as despesas com a aquisição de bens e serviços feitos ao longo deste ano".

Ou seja, "no momento em que o Governo [Regional] esteve em gestão e a gerir os destinos da região sob o regime de duodécimos", acrescentou, em conferência de imprensa desde o Funchal.

Cafôfo argumentou que o partido pretende "desmontar a falácia e a mentira que este Governo Regional tem feito crer à população de que, ao governar num regime de duodécimos, a região irá parar". Algo que "não é verdade" e que será demonstrado com a referida listagem.

"Segundo o boletim orçamental, neste ano, até abril, houve um aumento da despesa corrente em mais de 32 milhões de euros. Houve também um aumento da receita em mais de 106 milhões de euros. Ou seja, este Governo Regional, a gerir os destinos da região sob o regime de duodécimos, tem feito mais despesa e arrecadado mais receita do que o Governo, no ano passado, a gerir a região nem o regime de duodécimos", acrescentou.

Cafôfo acusa Montenegro de "manipluação" e "sabotagem"

Paulo Cafôfo deixou também críticas ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, acusando-o de recorrer a uma "manobra de manipulação" e "sabotagem".

O líder socialista na Madeira apontou ainda a "culpa" de a região estar a ser gerida "num regime de duodécimos com o orçamento de 2023" ao presidente do Governo Regional.

"Miguel Albuquerque deu as garantias de que tinha condições para ter apoio parlamentar. O PS tem sido coerente: Não temos confiança neste Governo", considerou.

Cafôfo acusou ainda as "mentiras no sentido de intimidar a população e de se vitimizar" do Governo Regional, "provavelmente" já a pensar "nas eleições do próximo ano".

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"Aquilo que vejo é já uma campanha eleitoral por parte de Miguel Albuquerque e esta vitimização, prejudicando a região, porque, se as obras pararem, este Governo será um Governo de malfeitores, que irá travar os investimentos", alertou, argumentando que o regime de duodécimos não obriga, necessariamente, a travar determinados investimentos.

Reuniões com partidos são "uma encenação"

Sobre as negociações que o Executivo Regional tem levado a cabo com os restantes partidos com assento parlamentar - exceto os socialistas e o JPP - o líder do PS/Madeira descreveu-as como "uma autêntica encenação".

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, retirou a proposta de Programa de Governo na semana passada, passando a promover reuniões com os diferentes partidos com assento parlamentar para desenhar uma nova proposta. Nem PS nem JPP aceitaram participar nestas reuniões.

Nas eleições regionais antecipadas de maio, o PSD conquistou 19 lugares no Parlamento Regional, ao passo que o PS não passou dos 11 mandatos. O JPP alcançou nove lugares, o Chega quatro, o CDS-PP dois e o PAN e a IL conquistaram um lugar cada um.

Leia Também: Madeira. Governo reúne-se hoje com PAN e IL para negociar Programa

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