O presidente do Chega, André Ventura, reagiu esta segunda-feira aos resultados das eleições de França, referindo que o partido de extrema-direita, Rassemblement National, viu apenas "a vitória ser só adiada", tal como disse Marine Le Pen.
"O Rassemblement National foi o partido com mais votos ontem à noite em termos absolutos. É o sistema eleitoral francês, bizarro, que permite que se desenvolvam coligações antinaturais em cada círculo e foi isso que aconteceu", começou por dizer Ventura, numa declaração aos jornalistas em Barcarena.
Neste sentido, o líder do Chega destacou que "o Rassemblement National é hoje o partido com mais votos em França e isso é uma mudança grande, porque estamos a falar de um país central da União Europeia. Vai ser, sozinho, o maior grupo parlamentar de partido sem coligações e isso nunca é uma derrota".
Ainda assim, Ventura admitiu que a "expectativa era de uma vitória nas eleições legislativas que permitisse ter um governo". Contudo, apesar de tal não ter acontecido, acredita que "a vitória foi só adiada", citando Marine Le Pen.
"O voto popular venceu e isso também dá esperança para toda a Europa. Não obstante, porque já sabem que não assumo vitórias morais, estávamos à espera de um resultado que permitisse governar", observou ainda.
De recordar que a aliança de esquerda Nova Frente Popular, que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa (LFI, partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon) arrecadou 182 lugares, seguida pelos 168 governantes eleitos pelo Ensemble (Juntos), agrupamento centrista e liberal encabeçado pelo Renascimento.
A União Nacional e aliados, por sua vez, ficaram-se pelos 143 lugares, muito acima do seu melhor resultado anterior, de 89 cadeiras em 2022.
As mais recentes eleições legislativas foram marcadas pela alta afluência dos eleitores: 66,63%, contra os 46,23% registados em 2022.
Na primeira volta, em 30 de junho, o partido de extrema-direita conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que a França elegeu a sua Assembleia Nacional pela última vez, em 2022.
Seguiu-se a aliança de esquerda Nova Frente Popular (que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa (LFI), partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon), com 28%.
O Ensemble (Juntos), agrupamento centrista e liberal encabeçado pelo Renascimento, partido do Presidente Emmanuel Macron, obteve 20%.
As legislativas francesas foram convocadas por Macron após a derrota do seu partido e a acentuada subida da União Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.
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