Trump de "vilão" a "herói". "Os democratas ficam sem espaço de manobra"

Para Luís Marques Mendes, Donald Trump vai beneficiar com o ataque.

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© Reinaldo Rodrigues/ Global Imagens

Notícias ao Minuto
14/07/2024 22:31 ‧ 14/07/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes começou o comentário deste domingo com uma palavra de "condenação" ao ataque a Donald Trump. 

 

Para o comentador, a quantidade de atentados nos EUA faz parecer com que este pareça "país do terceiro mundo". "Num país do primeiríssimo mundo, em pleno século XXI, numa democracia altamente avançada, é qualquer coisa que envergonha a democracia norte-americana", atirou. 
 
Contudo, considera, "Donald Trump vai beneficiar e muito com esta situação".

"Primeiro, porque muda de estatuto e posição. Até agora, era visto como o vilão. A partir de agora, vai ser visto como mártir, vítima e herói", disse, no seu espaço de comentário na SIC. 

Para o comentador, os democratas já estavam condicionados pela fragilidade do atual presidente e recandidato, Joe Biden, e pelas divisões internas em torno da sua desistência. "Agora, os democratas ficam sem espaço de manobra. Como atacar uma pessoa que passou a ser vítima?", questiona. 

"De um lado, Trump: a vítima, o mártir, o corajoso. Do outro lado, Biden - frágil, à defesa e cada vez com discurso menos claro e assertivo", assenta, acrescentando que Trump é, ao mesmo tempo, "o grande causador da violência política nos EUA e o seu maior beneficiário". 
 
 A grande surpresa é Luís Montenegro

Luís Marques Mendes fez ainda o balanço dos 100 dias de Governo, considerando que este "não começou bem". "As primeiras semanas foram algo hesitantes. Mas, depois da hesitação inicial, mudou de atitude e tem surpreendido - quer à Direita, quer à Esquerda", afirmou.

Para o comentador, há questões que merecem especial destaque e elenca a resolução de alguns dossiês difíceis que herdou, designadamente, dos professores, dos agentes da PS e GNR, dos guardas prisionais e dos oficiais de justiça. Depois, a decisão sobre o novo aeroporto, as propostas sobre o IRS Jovem e redução do IRC, as decisões sobre imigração e sobre o combate à corrupção. 

Por fim, as resoluções sobre o Programa de Emergência na Saúde e sobre o Complemento Solidário de Idosos e a aceleração do PRR e a revisão do Programa da Habitação.
 
Contudo, diz, "há também falhas" a assinalar. Para Marques Mendes, alguns dos programas apresentados eram "demasiado genéricos" e, por outro lado,  está a faltar um plano de combate à burocracia. Finalmente, o ruído que se instalou no setor da saúde. "Não é nada benéfico para a imagem do Governo", atira.

O comentador avança, contudo, em primeira mão, que na próxima terça-feira vai haver Conselho de Ministros "dedicado à desburocratização e à digitalização", área a cargo da ministra da Juventude e Modernização de Portugal, Margarida Balseiro Lopes.  

Para Marques Mendes, a grande surpresa destes 100 dias é, sem dúvida, Luís Montenegro. "Acho que ele surpreendeu e ganhou estatuto. Primeiro, fala pouco e é assertivo quando o faz", frisou. 

Por fim, o político dispôs que a entrevista da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, teve um lado positivo, o da "frontalidade". Mas, pela negativa, nota a "arrogância" e a "cultura corporativa". "Ela assumiu sempre que não tinha culpa de nada e que o Ministério Público não tinha culpa de nada", criticou, acrescentando que o ponto mais negativo da entrevista foi o "vazio de ideias".

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