Na abertura da conferência parlamentar intitulada "Revisão do Estatuto do Dirigente Associativo e da Lei do Voluntariado", promovida pelo PS esta tarde na Assembleia da República", a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, defendeu que "o associativismo é um pilar fundamental para uma sociedade civil mais participativa numa democracia robusta".
"Nesta conferência, um dos principais focos será a avaliação da possibilidade de conceder aos jovens dirigentes associativos um leque mais amplo de direitos, com o objetivo de estimular a sua participação no mundo associativo, reconhecendo a importância do seu contributo para a sociedade", apontou.
"Será também discutida a compatibilização das atividades dos dirigentes associativos - aqui já não são só dos mais jovens - com as suas atividades profissionais e vida pessoal", referiu, considerando crucial esta discussão para que se garanta que a "dedicação à atividade associativa não se torna um custo para o empregador nem para o trabalhador".
A líder parlamentar aproveitou a sua intervenção de abertura para deixar uma sugestão para reflexão nos trabalhos da tarde, questionando se poderia fazer sentido "considerar a criação de horários mais flexíveis ou a possibilidade de tirar horas de trabalho para dedicar à atividade associativa, reconhecendo este tempo como trabalho".
"É importante refletirmos sobre que alterações legislativas e outras podem potenciar o associativismo em várias áreas e temos que fazer isto ouvindo todos os 'stakeholders' do setor. É por isso que aqui estamos hoje", explicou.
Esta conferência, ao longo da qual vão ser ouvidas várias pessoas ligadas a esta área, é um "sinal de abertura e de discussão" que o PS quer dar, segundo Alexandra Leitão.
Sublinhando o "papel vital" das organizações associativas para que seja possível uma cidadania ativa, com "redes de solidariedade" e tecido social dinamizado, a socialista destacou ainda o facto de serem um "espaço privilegiado para o exercício da democracia".
"A democracia não se esgota de quatro em quatro anos no voto e mesmo entre cada eleição não se esgota no que se passa nos órgãos eleitos, ela faz-se todos os dias em todo o lado, nas associações. A qualidade de uma democracia vê-se também por isso", apontou.
Para Alexandra Leitão, numa "época tão individualista, em que as pessoas pensam mais em si do que nos outros", o associativismo "é uma forma de trabalhar em cooperação e não em competição".
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