Suplemento para pensões? "Grave. Revela falta de escrúpulo"

Antigo secretário de Estado considerado que suplemento extraordinário anunciado para pensões mais baixas "é a medida mais errada" que viu "algum Governo tomar".

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© Carlos Pimentel/Global Imagens

Carmen Guilherme
17/08/2024 09:28 ‧ 17/08/2024 por Carmen Guilherme

Política

PS

O deputado socialista António Mendonça Mendes descreveu o suplemento extraordinário para pensões mais baixas anunciado pelo Governo como a "decisão mais grave" que um Executivo tomou "nos últimos anos", considerando que a mesma revela "falta de escrúpulo". 

 

Em declarações na CNN Portugal, na sexta-feira, o também antigo secretário de Estado começou por notar que o país não tem "nenhum problema" com as contas públicas e que o ano terminará "com equilíbrio orçamental e mesmo com excedente orçamental".

"Acho que tudo aquilo que o Governo foi dizendo ao início, de que o PS não tinha deixado as contas certas, penso que há medidas que os meses vão passando e é bastante claro que a situação orçamental do país é bastante confortável e só isso justifica que possa comportar as medidas que este Governo [tem tomado", referiu.

Sobre o suplemento extraordinário anunciado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, António Mendonça Mendes realçou que não tem "a menor dúvida" que "dará muito jeito" aos pensionistas abrangidos pela medida, mas atirou: "Esta é a medida mais errada que eu vi algum Governo tomar e é errada porque ela revela uma falta de escrúpulo que não é compatível com o exercício de funções governativas". 

O socialista lembrou que, há cerca de dois anos, o Governo de António Costa também decidiu atribuir um valor extraordinário, mas "teve um motivo, o pico de inflação que se vinha a verificar em função daquilo que foram consequências da invasão da Rússia à Ucrânia". 

"Eu acho que nos não podemos assistir com passividade a uma decisão do Governo, que é uma decisão grave, do ponto de vista do precedente que lança. Porque não há nenhum motivo que tenha sido evocado pelo Governo para que pudesse ser feito um apoio de forma extraordinária", considerou.

António Mendonça Mendes defendeu que as pensões serem baixas é "um problema estrutural, que não se resolve com um cheque de 200 euros". A medida, defendeu, "não tem nenhum critério e a sua falta de critério deve ser bastante questionada por todos".

"É a decisão mais grave que eu vi um Governo tomar nos últimos anos", reiterou.

Recorde-se que este suplemento foi anunciado na quarta-feira, na Festa do Pontal, rentrée política do PSD, no Algarve. Deverá ser aplicado em outubro e irá variar entre os 100 e 200 euros. 

Leia Também: Pedro Nuno acusa Rangel de "desonestidade política" sobre suplemento para pensões

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