"Da parte do Governo não tem existido, francamente, nas últimas semanas, nenhuma atitude de proatividade de negociação, afirmou em declarações aos jornalistas.
Falando em Penafiel, no distrito do Porto, quando visitava a Feira Agrícola do Vale do Sousa, o dirigente do Chega acrescentou: "O tempo está começar a escassear para se chegar a um ponto de entendimento. Espero que o Governo, depois de ter sido arrogante com os seus adversários, depois de não ter olhado para economia, para quem verdadeiramente trabalha, não venha em outubro dizer que não nos deixam trabalhar".
Reconhecendo que "o país não merece, nem precisa de uma nova crise política", André Ventura avançou aos jornalistas uma explicação para a postura do Governo: "Ou já há um acordo o PS e nós não sabemos, ou o Governo não está empenhado em ter um Orçamento do Estado aprovado, porque quer provocar eleições e uma crise política".
Para o líder do Chega, as duas situações são más.
"Se houver um acordo com o PS significa que o Governo vai ceder à lógica fiscal e orçamental do Partido Socialista que nos trouxe até ao ponto em que estamos. Se Luís Montenegro fizer um acordo com Pedro Nuno Santos, nós já sabemos onde é que isto vai dar: mais subsídios, IRC elevado, taxas sobre o gasóleo e o carbono elevadas para pagar a subsidiação", anotou.
André Ventura reafirmou que o seu partido já deixou claro quais são as condições para a aprovação do orçamento, recordando que não basta uma abstenção do Chega, é preciso um voto favorável.
"Por isso, é preciso que haja uma negociação e que o Governo aceite essa negociação. Da nossa parte, os dados estão em cima a mesa", disse.
Leia Também: Chega vai pedir "levantamento" de estruturas vulneráveis a sismos