PS retira confiança política a vereadora da Câmara de Santiago do Cacém
O PS de Santiago do Cacém retirou a confiança política à vereadora socialista na câmara Susana Pádua, acusando-a de falta de diálogo e de aprovar o orçamento da maioria comunista, mas a autarca refuta as acusações.
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Política PS
Em comunicado, a Comissão Política Concelhia de Santiago do Cacém do PS, no distrito de Setúbal, indicou hoje que "todas as posições e votações assumidas pela vereadora não mais representam ou vinculam" esta estrutura partidária, desde quinta-feira.
"Desde que assumimos a presidência desta comissão política, temos procurado promover melhores e necessárias relações institucionais, para concertação da nossa ação politica, e jamais encontrámos, na vereadora, qualquer disponibilidade para colaborar ou dialogar, bem pelo contrário", disse a estrutura socialista.
A concelhia acusou a autarca de votar "favoravelmente o Orçamento e as Grandes Opções do Plano [GOP] do PCP/CDU, sem auscultar as estruturas partidárias que representam o PS no concelho de Santiago do Cacém".
"Nunca compareceu em nenhuma das iniciativas por nós promovidas e prejudicou deliberadamente a capacidade de ação desta comissão política, através das suas posições na autarquia", argumentou.
Segundo o PS, a vereadora "procurou denegrir internamente camaradas que exercem funções de liderança nas estruturas concelhias, numa espiral incontrolável de promoção da conflitualidade interna".
"Salientamos ainda que se tem consolidado a ideia de que a vereadora do PS, Susana Pádua, tem mais interesse e disponibilidade em apoiar as iniciativas e ideias do Partido Comunista, inclusive através do referido voto favorável ao Orçamento e às GOP, do que em exercer oposição de forma alinhada com as estruturas" do PS, lê-se no comunicado.
Contactada hoje pela agência Lusa, Susana Pádua lamentou a decisão do seu partido e refutou as acusações de tentativa de "denegrir" outros militantes socialistas.
"As acusações não têm qualquer fundamento e são feitas em abstrato, mas devo dizer que nunca difamei ninguém ao longo da minha vida e também não o fiz com ninguém da concelhia do PS", afirmou.
A autarca referiu ainda que, "por várias vezes", pediu as atas das comissões políticas anteriores por lhe constar que, nessas reuniões, "era dito que tecia comentários que não eram oportunos", mas essas mesmas atas nunca lhe foram entregues.
Sobre o voto favorável ao Orçamento e GOP de 2024, a vereadora socialista explicou que foi a concelhia do PS de Santiago do Cacém que "não cumpriu com a sua obrigação de estar presente na reunião [com o presidente da Câmara de Santiago do Cacém] para exercer o seu direito de oposição".
Por essa razão, "não tendo os vereadores como verificar se as propostas tinham sido aceites e, sem orientação, apresentámos um conjunto de propostas", tendo "o presidente [da câmara] demonstrado abertura" para as incorporar no documento, notou.
"Mediante esse aspeto, decidimos votar favoravelmente. Por isso, não percebo o alarido à volta desta situação quando quem não cumpriu foi a concelhia [do PS] quando não foi à reunião para a qual foi convocada", enfatizou a autarca, que disse que vai cumprir o mandato na câmara até ao fim.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PS elegeu Susana Pádua e Artur Ceia como vereadores. No passado mês de junho, Artur Ceia renunciou ao mandato, invocando motivos pessoais, mas também políticos devido a "divergências" com a concelhia.
A Câmara de Santiago do Cacém é presidida por Álvaro Beijinha (CDU) e o executivo camarário é composto por quatro eleitos da CDU, dois do PS e um da coligação PSD/CDS-PP/PPM.
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