O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Fabian Figueiredo, considerou, esta quarta-feira, que o Executivo de Luís Montenegro “não tem a mínima vontade de melhorar o acesso à saúde”, uma vez que a sua estratégia passa por “aumentar a transferência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o privado”.
“Uma urgência obstétrica fechada atrás da outra, nunca houve tantos portugueses sem médico de família, caos no INEM, uma péssima relação entre o Ministério da Saúde e as administrações hospitalares, o SNS, o acesso à saúde piorou, a situação está caótica, e não era para menos, porque era essa a intenção do Governo", começou por dizer o bloquista, em declarações aos jornalistas a partir da Assembleia da República.
O parlamentar atirou ainda que "o Governo não tem a mínima vontade de melhorar o acesso à saúde", uma vez que, na sua ótica, "a estratégia do Governo é aumentar a transferência do SNS para o privado e aumentar as convenções com o privado".
O responsável reagia ao balanço do Programa de Emergência e Transformação da Saúde, que é composto por 54 medidas, 12 das quais concluídas e 40 em fase de implementação, segundo os últimos dados do Governo.
Fabian Figueiredo argumentou ainda que, se o Executivo não pretendesse transferir valências para unidades privadas, “no plano existiriam medidas concretas para chegar a acordo com os profissionais de saúde, para garantir que se fixam médicos no SNS, porque é essa a urgência que o país precisa”.
Nessa linha, o líder parlamentar do BE sugeriu “aumentar o salário de todos os profissionais de saúde em 20%”, bem como “garantir que os médicos e médicas que exercem a sua profissão em exclusividade no SNS recebem mais 40%”.
O bloquista apelou ainda a que o Governo, que “insiste numa política de confronto”, leve a cabo um balanço crítico da sua atuação, inverta o rumo” e chegue a acordo com os profissionais de saúde.
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