O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, respondeu, esta sexta-feira, às acusações proferidas por parte do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que considerou que os socialistas estão a fazer "uma birra" e a tentar encontrar "pretextos para distrair as pessoas" com a solicitação de elementos sobre a margem orçamental para 2025.
"Ainda não recebemos a informação que pedimos e que é essencial para que o PS possa participar em qualquer processo negocial. Não é nenhuma birra por parte do PS. Precisamos de saber qual é a margem orçamental para 2025, para sabermos quais são as propostas que podemos apresentar", começou por dizer Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas.
O parlamentar justificou que, para o coletivo, "é uma condição essencial garantir que o Orçamento do Estado (OE2025) seja equilibrado", tendo apontado que "não é sério fazermos uma negociação e apresentarmos propostas sem conhecermos a margem orçamental".
"Queremos estar de forma séria e responsável neste processo, e daí a nossa necessidade de ter informação transparente, que já pedimos em julho. Estamos convictos de que até à próxima terça-feira o Governo nos vai dar essa informação, porque não existe nenhuma razão de fundo para que não o façam", complementou.
Pedro Nuno confessou, contudo, que "há um saldo muito elevado na receita fiscal que inspira alguma desconfiança na credibilidade das contas para 2025," mas ressalvou que o PS "ainda precisa de tempo para as analisar".
O socialista reforçou ainda que os pedidos de informação "não são detalhes" e que o PS quer "garantir que o próximo OE é equilibrado". "Não estamos a pedir nada de mais", disse.
O secretário-geral deu conta de que o "PS está disponível para viabilizar o OE", mas alertou que, "se o Governo quer viabilizar o OE com o PS, tem de dar ouvidos ao PS".
Saliente-se que, esta sexta-feira, o primeiro-ministro considerou que "não faltam ocasiões para, quer do ponto de vista documental, quer do ponto de vista negocial, se possam trocar opiniões", tendo acusado o PS de "arranjar pretextos para distrair as pessoas com detalhes".
"Os portugueses não querem birras", atirou.
[Notícia em atualização]
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