Reunião entre primeiro-ministro e líder do PS durou menos de meia hora

A segunda reunião entre o primeiro-ministro e o líder do PS sobre o Orçamento do Estado terminou ao fim de menos de meia hora, com a informação de que Luís Montenegro falará às 19h35.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Image

Lusa
03/10/2024 19:20 ‧ 03/10/2024 por Lusa

Política

OE2025

O PS já informou que não haverá declarações hoje do secretário-geral do PS sobre a reunião, na qual o primeiro-ministro tinha prometido apresentar "uma proposta irrecusável".

 

Pedro Nuno Santos saiu da residência oficial do primeiro-ministro com uma pasta na mão pelas 19:10, depois de ter chegado pelas 18:40.

Depois de um debate quinzenal tenso entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro recebeu o veio receber o secretário-geral do PS ao jardim da residência oficial, quando na semana passada tinha esperado por ele no cimo da escadaria, e cumprimentaram-se com um aperto de mão, idêntico cumprimento ao da despedido.

O primeiro-ministro tinha chegado ao Palacete de São Bento às 17:49 pelos jardins que ligam a residência oficial à Assembleia da República, acompanhado por três ministros: Joaquim Miranda Sarmento, António Leitão Amaro e Castro Almeida.

"Vocês foram rápidos a vir dali para aqui. Eu disse até já, mas não era assim tão rápido", brincou Luís Montenegro quando viu os jornalistas à sua espera, muitos dos quais tinham estado durante a tarde na Assembleia da República.

O debate quinzenal de hoje terminou com o primeiro-ministro a afirmar que, se o PS rejeitar um entendimento quanto à redução do IRC e ao IRS Jovem, então o melhor seria o Governo não ter começado.

Montenegro referiu ter ouvido Pedro Nuno Santos, que tinha o microfone desligado, comentar que "foi um erro" não ter aprovado uma moção de rejeição do Programa do Governo, e desafiou-o a assumir essa posição "em voz alta".

À saída do hemiciclo, o líder do PS acusou Montenegro de tratamento arrogante e de sobranceria impróprias de quem quer um acordo para o Orçamento e pretende evitar uma crise política com recurso a eleições.

Na sexta-feira passada, o primeiro-ministro e o líder do PS tinham-se reunido pela primeira vez para negociar o Orçamento do Estado para 2025, num encontro que terminou com posições aparentemente distantes mas sem rutura.

O secretário-geral do PS afirmou então que recusa um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS Jovem e IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação dessas medidas.

Em alternativa, Pedro Nuno Santos defende -- numa proposta apresentada antes ao primeiro-ministro - que a margem orçamental destinada ao IRS Jovem seja aplicada em investimento público para habitação da classe média, num aumento extraordinário de pensões e num regime de exclusividade para médicos no SNS.

Pouco depois, Luís Montenegro classificava de "radical e inflexível" esta proposta de Pedro Nuno Santos, mas prometia que, esta semana, iria apresentar uma contraproposta aos socialistas numa "tentativa de aproximar posições".

Na terça-feira, no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP, o primeiro-ministro afirmou que iria apresentar hoje uma proposta que classificou de irrecusável, adjetivo muito repetido no debate quinzenal e até utilizado por Pedro Nuno Santos para adjetivar a do PS.

O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.

Na prática, só a abstenção do PS ou o voto a favor do Chega garantem a aprovação do OE2025.

[Notícia atualizada às 19h25]

Leia Também: PS acusa Governo de arrogância: "Não é de quem queira entendimento"

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