António Costa, ex-primeiro-ministro português e presidente do Conselho Europeu eleito, participou esta quinta-feira no Fórum La Toja, na Galiza, Espanha.
Referindo-se à necessidade de avançar com reformas para que a Europa seja mais competitiva e segura, Costa recordou como é difícil governar, mas fácil criticar.
"É muito fácil apontar o dedo ao governo que está em funções. O problema é que a realidade que temos hoje é mais complexa do que a simplicidade de governar bem ou mal. Como políticos temos de ter uma grande humildade. E temos de ganhar algum tempo para não cometer erros de avaliação", afirmou.
António Costa foi ainda desafiado a comentar o surgimento de movimentos políticos radicais em países europeus e recordou a Geringonça criada em 2015 em Portugal com a aliança do PS ao BE e PCP para conseguir uma maioria no Parlamento.
"Quebrei um tabu, porque antes não havia diálogo entre a Esquerda. Mas tínhamos de ter um governo maioritário no Parlamento", afirmou, considerando que "uma das mais-valias da democracia portuguesa é que a cidadania tem sempre duas alternativas, lideradas por partidos democráticos para liderar o governo".
"Quando estão cansados de um, podem escolher outro. Mas sempre no campo democrático", frisou, virando costas a radicalismos.
"O bipartidarismo é um fator de moderação e não de radicalização. Quando tens dois partidos que disputam a maioria, eles têm de disputar o centro. Isso é um fator de moderação", explicou.
António Costa, recorde-se, é o presidente eleito do Conselho Europeu, cargo que assumirá a 1 de dezembro.
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