O Chega protagonizou, na manhã desta sexta-feira, mais um momento polémico na Assembleia da República, durante um debate de urgência requerido por aquele partido sobre "os incêndios e falhas no seu combate".
Numa altura em que o deputado do PSD Nuno Gonçalves iniciava a sua intervenção, precisamente com um agradecimento aos bombeiros, autarcas, forças policiais e forças militares, acabou por ser interrompido pelos aplausos da bancada do Chega, que recebiam assim André Ventura, que chegou atrasado à reunião plenária.
O presidente da Assembleia da República interveio e deixou um reparo à bancada do Chega. "Parem o tempo, se faz favor. Senhores deputados, senhores deputados", pediu o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, enquanto a bancada parlamentar do Chega continuava a aplaudir Ventura.
"Senhores deputados, é evidente que foi um gesto de indelicadeza para com todos os senhores deputados. Não posso deixar de registar de forma desagradável terem sido interrompidos os trabalhos sem nenhum motivo relacionado com a ordem do dia. Fica este reparo", acrescentou.
Ao retomar a palavra, o social-democrata Nuno Gonçalves atirou: "Se houve algo que correu bem foi os aplausos terem sido dados quando estávamos a fazer homenagem aos bombeiros".
Veja um vídeo do momento na galeria acima.
Mais tarde, nas redes sociais, o presidente do Chega destacou o momento, percebendo-se que na origem dos aplausos estiveram as suas recentes declarações sobre o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
"Assim se mostra como um partido se une no apoio incondicional ao seu Presidente, que teve a coragem de desmascarar o mentiroso que é Luís Montenegro", escreveu Ventura, na rede social X. "Obrigado a estes 49 guerreiros que se unem no apoio incondicional ao seu presidente", acrescentou.
Recorde-se que André Ventura disse na quinta-feira à noite em entrevista à TVI/CNN que o primeiro-ministro lhe propôs em privado um acordo com vista à aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano, que admitia poder integrar o Governo, o que foi depois negado pelo líder do executivo, que disse tratar-se de uma mentira.
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