Pedro Nuno diz que respostas escritas de Montenegro "não são suficientes"

O líder do PS considerou hoje que as respostas escritas do primeiro-ministro não são suficientes para esclarecer as dúvidas sobre a empresa familiar e que a moção de confiança é "um pedido de demissão cobarde".

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Lusa
10/03/2025 20:55 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

Governo/Crise

Em entrevista à SIC, Pedro Nuno Santos afirmou que o PS fez perguntas orais ao primeiro-ministro no parlamento sobre a sua empresa familiar, "que valem tanto como as escritas" e que Luís Montenegro não respondeu.

 

"As respostas escritas não são suficientes para esclarecer as suspeitas que recaem neste momento sobre esta empresa", sustentou, referindo-se às respostas por escrito ao BE e Chega que o primeiro-ministro fez hoje chegar ao parlamento.

O secretário-geral socialista afirmou que Luís Montenegro "sabia de antemão" a posição da maioria dos partidos sobre a moção de confiança e que esta seria rejeitada no parlamento, e "mesmo assim" decidiu avançar.

"O que significa que esta moção de confiança não é bem uma moção de confiança. É um pedido de demissão cobarde, na medida em que não teve coragem de assumir as consequências do que aconteceu e de pedir a demissão", sublinhou.

Segundo o líder do PS, só há uma forma de se evitar as eleições antecipadas e essa "depende do primeiro-ministro e da retirada da moção de confiança" cujo debate e votação está marcado para terça-feira.

Para Pedro Nuno Santos, não se pode "virar o mundo ao contrário" e "colocar pressão" sobre o PS que, sobre moções de confiança, "tem uma posição muito clara desde há um ano", ou seja, sempre disse que as chumbaria.

Recusando revelar as conversas com o Presidente da República sobre a atual crise política, o secretário-geral socialista considerou que "este tema é suficientemente grave para que quem confie e quem tem confiado ao longo do tempo no PSD pense bem".

"Francisco Sá Carneiro dizia que a política sem risco é uma chatice, e sem ética é uma vergonha. E na realidade aquilo que nós temos assistido são exemplos claros do que é a atuação de um primeiro-ministro sem ética e isso é inaceitável numa democracia avançada", atirou.

Pedro Nuno Santos apontou que quando se fala "no crescimento do populismo" e a forma de o combater, isso não passa por "atirar para baixo do tapete os problemas que, infelizmente, alguns políticos trazem".

"É clarificar, é discutir, é apurar. E neste momento já não há resposta escrita, não há resposta oral que resolva a suspeita que só é resolvida se nós conseguirmos ter acesso às provas, aos documentos que comprovam que o trabalho foi realizado", disse, referindo-se à comissão parlamentar de inquérito potestativa requerida hoje pelo PS.

Para o líder do PS, só através de um inquérito parlamentar é que é possível saber se Portugal "tem ou não um primeiro-ministro livre".

"A comissão parlamentar de inquérito é o único instrumento que permite ter acesso a prova documental, mapa de horas dedicado ao trabalho, o relatório do trabalho que foi feito, as interações, os e-mails. Isto é, as provas que provam que, de facto, há trabalho que justifique as avanças que são pagas", justificou.

Questionado sobre o seu futuro político, Pedro Nuno Santos referiu que, desde que é líder do partido, teve uma derrota nas legislativas e uma vitória nas europeias, assegurando que partirá para umas eleições antecipadas "focado na vitória".

"E na vitória porque não só precisamos de transparência na vida política, de confiança nas instituições e no primeiro-ministro, mas precisamos também de um rumo. Porque este Governo, depois da distribuição do excedente orçamental que herdou do governo do PS, não resta nada. Não há uma estratégia, um propósito, uma visão", condenou.

[Notícia atualizada às 21h22]

Leia Também: AO MINUTO: Montenegro "não tem problema com CPI"; PS "fará por ganhar"

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