Em véspera de moção, reuniões do Governo e do PS marcam a agenda política

As duas reuniões de hoje acontecem depois de um fim de semana de troca de acusações entre o primeiro-ministro e líder do PSD e o secretário-geral do PS, em que se responsabilizaram mutuamente pela eventualidade de eleições antecipadas.

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© Álvaro Isidoro / Global Imagens

Lusa
10/03/2025 06:00 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

Governo/Crise

A agenda política, dominada pela crise que poderá ditar a queda do Governo PSD/CDS de Luís Montenegro, fica hoje marcada por duas reuniões, uma do executivo e uma da comissão política do PS, maior partido da oposição.

 

Hoje, a partir das 10h00, em Lisboa, reúne-se aquele que poderá ser o último Conselho de Ministros do Governo em plenitude de funções dado que o Parlamento debate na próxima terça-feira uma moção de confiança ao executivo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, com os votos do PS e Chega.

Às 21h00, o PS reúne, na sede nacional, também em Lisboa, a comissão política nacional do partido, um dia depois de um encontro, no domingo, do líder socialista, Pedro Nuno Santos, com os líderes das federações distritais.

No final, a líder da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS (FAUL), Carla Tavares, afirmou que o partido "está absolutamente coeso" na gestão da crise política e desafiou o Governo a retirar a moção de confiança, salientando que os socialistas sempre disseram que a chumbariam.

Também no domingo o presidente da Assembleia da Republica, José Pedro Aguiar-Branco, apelou à aprovação da moção de confiança do Governo, em nome do "interesse nacional".

André Ventura, líder do Chega, insistiu que "não há nenhumas condições" para validar a moção de confiança, e rejeitou um apoio a qualquer futuro executivo liderado por Luís Montenegro.

Troca de acusações

As duas reuniões de hoje acontecem depois de um fim de semana de troca de acusações entre o primeiro-ministro e líder do PSD e o secretário-geral do PS, em que se responsabilizaram mutuamente pela eventualidade de eleições antecipadas.

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Montenegro não vê "alternativa" a eleições antecipadas e Pedro Nuno Santos exclui a possibilidade de viabilizar a moção de confiança ao Governo. PCP, Bloco, PAN e Livre pedem a responsabilização do primeiro-ministro.

Notícias ao Minuto com Lusa | 08:30 - 09/03/2025

No sábado, num almoço do Dia da Mulher, na Maia, Porto, Montenegro afirmou que lhe "parece que não há alternativa" a eleições antecipadas, garantindo que é sua responsabilidade "evitar que Portugal seja um país envolto em lama".

Horas depois, em Lisboa, Pedro Nuno Santos respondeu e acusou o primeiro-ministro de "estar na lama" para a qual arrastou PSD, Governo e agora querer levar também o país. E avisou que o executivo de direita que "nunca poderá ter a confiança" dos socialistas.

Já no domingo, o dirigente do PSD Miguel Pinto Luz voltou a responsabilizar o PS por eleições antecipadas que nem o Governo nem o PSD desejam. "Deixem-nos trabalhar é o apelo que o PSD hoje faz, deixem-nos governar, deixem nos concluir o programa com o qual vencemos eleições em 2024", pediu.

O chumbo de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são 11 ou 18 de maio.

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Lusa | 16:35 - 09/03/2025

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança.

Leia Também: AD desce nas intenções de voto após crise, mas Chega tem a maior queda

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