BE considera que Montenegro violou dever de exclusividade

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje que o primeiro-ministro não esclareceu as dúvidas do partido sobre a empresa Spinumviva e que violou o seu dever de exclusividade, responsabilizando-o por eleições antecipadas.

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Lusa
10/03/2025 20:37 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Mariana Mortágua

"Não há nada que se acrescente. Eu não vejo nada de novo sobre as perguntas de quem são os clientes não regulares, qual o montante das avenças pagas em particular por cada cliente, qual o serviço que foi prestado a cada cliente, quem foram os trabalhadores alocados a cada serviço, qual o vínculo desses trabalhadores. Ninguém que leia estes documentos ficará esclarecido acerca disso", criticou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

 

A dirigente bloquista - que falava depois de terem sido conhecidas as respostas às perguntas colocadas por BE e Chega a Luís Montenegro - afirmou que o seu partido mantém, neste contexto, a conclusão de que o primeiro-ministro violou o seu dever legal de exclusividade de funções.

"O que estas respostas mostram e confirmam é que a empresa era Luís Montenegro e que Luís Montenegro era a empresa. Os clientes foram angariados por Luís Montenegro, os serviços foram prestados por Luís Montenegro, as avenças foram contratadas por Luís Montenegro. Luís Montenegro recebeu as avenças antes de ser primeiro-ministro e também depois de ser primeiro-ministro e por isso esteve em violação da regra da obrigação legal de exclusividade", argumentou.

Mariana Mortágua responsabilizou ainda o presidente do PSD pelo atual cenário de crise política no país, cerca de um ano depois de o executivo ter tomado posse.

"Acho que é irónico um Governo que apresenta uma moção de confiança atirar para outros a responsabilidade do resultado dessa moção de confiança. Se o Governo não quer eleições, não apresenta uma moção de confiança. Toda a gente compreendeu que o primeiro-ministro quer eleições", defendeu.

Neste contexto, o BE vai manter o seu voto contra a moção de confiança que o executivo PSD/CDS submeteu ao parlamento e cujo debate está agendado para terça-feira, na Assembleia da República.

A coordenadora do BE realçou ainda que Luís Montenegro apresentou a empresa Spinumviva como um instrumento para "gerir património familiar" mas que esta empresa "não é isto" mas sim "uma empresa criada por uma pessoa e que presta serviços de consultoria através de avença".

Na ótica de Mariana Mortágua, o primeiro-ministro apresentou uma moção de confiança porque "está obrigado a ela" uma vez que "está ferido na sua legitimidade", sendo o "único responsável pela falta de confiança que foi gerada".

"É o primeiro-ministro que decide apresentar uma moção de confiança sabendo que ela vai ser chumbada. E é o primeiro-ministro que anuncia que há eleições na sequência do chumbo dessa moção de confiança. Portanto, que no fim de toda esta história, o primeiro-ministro venha dizer que é uma vítima dos partidos que querem eleições, parece-me que faz muito pouco sentido", criticou.

Mortágua argumentou que não está em causa "uma questão de boa vontade" mas sim "um dever legal".

"Estas eleições, a acontecerem e a confirmarem-se, acontecem pelas piores razões possíveis. Um país ir a eleições porque o seu primeiro-ministro não manteve e não cumpriu o seu dever de exclusividade, foi incapaz de responder a perguntas sobre a sua empresa, escolheu manter uma empresa quando já sabia que ia ser primeiro-ministro, é lamentável", acrescentou.

A coordenadora do BE afirmou que o seu partido irá "fazer esse combate" e quer que a campanha seja uma oportunidade para se "discutir política".

"Não queremos que o país fique arrastado - tem-se usado muito a palavra «lamaçal», não sei se gosto muito da palavra, - mas não queremos que o país fique arrastado por este ambiente mais tempo. Se as eleições é o que é necessário para o país poder ultrapassar e encarar os seus problemas e poder ter um debate político, pois então que seja, estamos cá para contribuir para ele", assegurou.

A bloquista disse ainda esperar que a campanha não seja uma "continuação de uma novela que não deveria sequer ter começado".

[Notícia atualizada às 20h57]

Leia Também: AO MINUTO: Montenegro não revela mais clientes; Respostas "insuficientes"

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