Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Inês de Sousa Real disse que a abstenção do PS "deve representar uma oportunidade para que em sede de especialidade se possa corrigir os retrocessos" do OE2025 em áreas como a proteção animal e do ambiente e também "em matéria de direitos sociais e humanos, como é o caso do combate à pobreza e à vulnerabilidade extrema, nomeadamente com os projetos 'housing first' para as pessoas em situação de sem-abrigo".
"E hoje, no dia da erradicação da pobreza, é especialmente relevante que o próximo orçamento possa de facto corrigir estas lacunas e esta falta de ambição para aquela que deve ser uma visão de médio e longo prazo para a recuperação do país, mas também para termos um país mais progressista e mais sustentável social e ambientalmente", defendeu a deputada.
A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza apelou também a PS e PSD que, na especialidade, "deem oportunidade aos partidos que de forma construtiva têm sempre feito oposição, como é o caso do PAN".
"Da nossa parte não nos demitiremos de apresentar propostas de alteração para vermos espelhadas as causas que representamos aqui na Assembleia da República no Orçamento do Estado", indicou.
Inês de Sousa Real disse também que já existiam "alguns sinais de que a decisão do PS se poderia encaminhar num sentido de viabilização do Orçamento do Estado, tendo em conta o contexto político do país".
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou hoje que vai propor à Comissão Política Nacional que o partido se abstenha na votação do OE2025, quer na generalidade quer na votação final global.
Em conferência de imprensa na sede do partido, o líder do PS justificou esta decisão apenas com duas razões: o facto de terem passado apenas sete meses sobre as últimas eleições e um eventual chumbo conduzir o país às terceiras legislativas em menos de três anos.
A Comissão Política Nacional vai deliberar na segunda-feira sobre esta proposta do secretário-geral do PS quanto à votação no OE2025.
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