Do "militante" Bugalho às "diferenças" do PS. Tudo o que disse Montenegro

O discurso de Luís Montenegro abriu o primeiro dia de trabalhos no Congresso do PSD, que deve terminar com a votação da moção de estratégia global.

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Cátia Carmo com Lusa
19/10/2024 11:20 ‧ 19/10/2024 por Cátia Carmo com Lusa

Política

Luís Montenegro

O líder do PSD, Luís Montenegro, começou a primeira intervenção no congresso do partido por anunciar Sebastião Bugalho como novo militante do PSD.

 

"De quem tenho a honra de ser proponente. Jovens do melhor que tem Portugal", afirmou Montenegro.

Além de Sebastião Bugalho, também a deputada Ana Gabriela Cabilhas, até agora independente, se tornou  militante do partido.

Dois anos e três meses depois de ter assumido a liderança do PSD, Montenegro vê o partido reforçado "na unidade e coesão", sem perder "a pluralidade, capacidade introspetiva  e discussão de ideias e opções".

A pensar numa política, que "é das pessoas e para as pessoas", o primeiro-ministro garantiu não estar assustado "com a dimensão dos desafios" que tem pela frente, estando focado "na responsabilidade de não  falhar às pessoas".

"Não queremos falhar aos bebés que nascem nos hospitais e que precisam, primeiro, de uma creche e, depois, de um jardim de infância e não queremos falhar aos que se reformaram mas merecem continuar a ter uma vida ativa, longe da doença e da solidão. Estamos a governar para todos, mas a pensar em cada um", afirmou o primeiro-ministro.

"Não somos iguais ao Partido Socialista"

Em jeito de retrospetiva da governação, Montenegro refere que o PSD, em seis meses, valorizou "muito quem trabalha no Estado para garantir um serviço útil e competente aos cidadãos" e distancia-se do Partido Socialista por ter "tomado e executado" medidas que "fazem  a diferença".

"Nenhum doente oncológico espera mais do que o tempo recomendado para ter uma cirurgia e estamos a falar de situações onde a cirurgia, muitas vezes, significa viver.  Quando dizem que somos iguais aos que estiveram antes de nós, lembrem-se que ao serem tomadas e executadas estamos a fazer diferente e a fazer a diferença", ressalvou, referindo o "apoio aos pensionistas" e aos "mais pobres".

"Aqueles a quem o Estado não pode e não vai falhar", garantiu.

"Isolados? Estamos próximos dos portugueses"

O presidente do PSD recusou que o Governo esteja isolado e prometeu responder "pelo prestígio da política e pela palavra dada" e manter "um ritmo forte" de transformação do país. Sublinhou ainda que quer os "imigrantes bem integrados no país", defendendo que o seu Governo  está "a mudar Portugal" aproveitando a capacidade das autarquias e dos governos regionais.

"Estamos a governar Portugal com o apoio dos parceiros sociais, conquistando ou reconquistando a estabilidade e a paz na escola, nas forças de segurança, na árera crítica da justiça, na saúde e ainda há quem diga que estamos  isolados? Estamos é cada vez mais próximo daquilo que  interessa, que são os portugueses", disse Luís Montenegro.

Num curto balanço sobre a  política externa, Montenegro mostrou-se orgulho por "liderar um Governo" de um país que "tem sempre uma palavra importante no contexto internacional", tanto na defesa da paz e dos direitos humanos, como no desenvolvimento económico "como condição fundamental para garantir o bem-estar das pessoas".

O líder do PSD fez assim um balanço dos primeiros seis meses de Governo e lançou dois objetivos para o próximo ano: a vitória nas autárquicas, com a conquista da Assembleia Nacional de Municípios, e a vitória nas freguesias com a conquista da Associação Nacional de Freguesias. Deixou ainda um elogio a vários ex-líderes do PSD que foram primeiros-ministros.

"Nós não somos descendentes nem de pântanos, nem de bancarrotas, nem de empobrecimentos. Nós somos descendentes do sentido de Estado de Francisco Pinto Balsemão, do transformismo de Aníbal Cavaco Silva, do patriotismo de Durão Barroso e de Santana Lopes, da coragem de Pedro Passos Coelho e dos valores social-democratas de Francisco Sá Carneiro", elogiou.

Montenegro terminou a sua primeira intervenção no congresso, que decorre até domingo em Braga, citando o hino da recente campanha eleitoral da AD: "Estamos todos juntos. Ninguém nos pode parar. Eu vou com Portugal. Agora é hora de fazer o meu país mudar", disse.

O 42.º Congresso do PSD, este sábado, é o primeiro numa década com os sociais-democratas no Governo, o que já não acontecia desde o 35.º, em fevereiro de 2014, no Coliseu dos Recreios.

Talvez por isso, de acordo com informação do PSD, o Congresso de Braga será o mais participado da última década, contando com 903 delegados, 197 participantes, 950 observadores, 145 convidados e mais de 2.000 observadores inscritos.

O primeiro dia de trabalhos deve terminar com a votação da moção de estratégia global do líder das 12 propostas temáticas, marcada para as 23h00, podendo prosseguir depois a discussão política, se ainda existirem inscritos.

Para domingo, está prevista a eleição dos órgãos Nacionais, por voto secreto, a proclamação de resultados e a sessão de encerramento, com novo discurso de Luís Montenegro, tradicionalmente mais virado para o país.

[Notícia atualizada às 12h13]

Leia Também: PSD Madeira pode chumbar OE? Montenegro apela a "responsabilidade"

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