Numa intervenção perante o 42.º Congresso do PSD, Carlos Moedas fez também duros ataques ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que acusou de querer fazer dos autarcas do PSD "alvos a abater".
"Nós não podemos baixar os braços e a guarda a este PS, porque este PS -- eu digo este, não o PS -- tem sempre um único objetivo: este PS só quer o poder pelo poder", acusou, dizendo que o próximo passo serão as autárquicas do próximo ano.
"O PS vai estar atrás de nós, aqueles que somos os melhores autarcas somos alvo deste PS", lamentou.
Moedas deixou rasgados elogios ao presidente do PSD, dizendo que Luís Montenegro teve a coragem de "dizer não ao populismo, desmascarar os extremos, desmascarar aqueles que são os populistas da extrema-direita que têm algo em comum, não têm consistência e não têm palavra".
"E o Luís provou isso. Eles não têm palavra, não têm consistência, não têm solidez", disse, numa alusão às recentes acusações do Chega ao primeiro-ministro de lhe ter proposto em privado um acordo que Montenegro desmentiu.
O autarca de Lisboa defendeu que o PS liderado por Pedro Nuno Santos "se está a chegar cada vez mais ao extremo da esquerda", dizendo que faz "ma oposição errática, uma oposição que deixou de ser abrangente e que não sabe muito bem por onde vai".
"Diz num dia uma coisa e diz no outro dia outra coisa, que agora já está a vacilar sobre o que disse o secretário-geral do PS ontem", afirmou, numa referência à posição expressa na quinta-feira por Pedro Nuno Santos de que irá propor à Comissão Política a abstenção no próximo Orçamento do Estado.
Moedas considerou que a luta a travar é, portanto, "não só contra a extrema-direita, mas também contra a extrema-esquerda".
"Porque a extrema-direita e a extrema-esquerda são igualmente más para o nosso país. São igualmente más para a nossa democracia. Nunca se esqueçam disso. Que a extrema-direita e a extrema-esquerda são cancros das nossas democracias. Que não querem democracia e que querem destruir as instituições", acusou.
O autarca de Lisboa, que saudou as presenças no congresso dos ex-presidentes do PSD Luís Marques Mendes e Pedro Santana Lopes e da futura comissária europeia Maria Luís Albuquerque, terminou o seu discurso com um apelo aos jovens.
"Não se deixem condicionar. Eu não tenho medo. Nunca me deixarei condicionar por eles. E eu espero que toda esta juventude tenha essa coragem de ser assertivo, de ser moderado e não ter medo do futuro. Não aceitem um insulto. Um insulto é a arma dos inconsequentes. Não se deixem ficar sem resposta", pediu.
Moedas saudou ainda a adesão ao PSD, como militante, de Sebastião Bugalho, dando-lhe as boas-vindas ao partido, e deixou um abraço ao militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão, que não está presente no congresso.
"Na política há dois caminhos. Há a política difícil. E há a política fácil. Há a política daqueles que sabem tudo. Que têm todas as certezas. Aqueles que acham sempre que é preto ou branco. E depois há a outra política. Há a política difícil, a política que é difícil é a política dos moderados", afirmou, considerando que o PSD "tem que continuar a ser o bastião dos moderados".
[Notícia atualizada às 20h43]
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