Chega quer ordem reposta "sem receio" face a "rascaria que incendeia"

Há dois dias que distúrbios em várias zonas de Lisboa acontecem, na sequência da morte de um homem residente na Amadora. A vítima, suspeita de um assalto, morreu após ser baleada por um agente da Polícia de Segurança Pública.

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Notícias ao Minuto
23/10/2024 12:08 ‧ 23/10/2024 por Notícias ao Minuto

Política

André Ventura

O líder do Chega, André Ventura, considerou, esta quarta-feira, que se atingiu uma nova "escala de violência", no âmbito dos desacatos que foram sentidos na Área Metropolitana de Lisboa.

 

"O que se esperava hoje do Governo de Portugal é que dissesse claramente aquilo que ontem já devia ter sido dito: 'Estamos incondicionalmente ao lado das forças de autoridades, ao lado daquele homem que se teve que atravessar para impedir que um crime acontecesse - sendo atacado com armas brancas'. Ele devia ser louvado, não devia ser perseguido", afirmou, em declarações aos jornalistas.

Sublinhando que para além do caminho da justiça -  que "tem de ser feito pelos tribunais" -, há um outro que é preciso trilhar. "Há um outro caminho, que é o político. É dizer que estamos ao lado incondicionalmente das forças de segurança e, honestamente, desculpem-me a expressão, não desta rascaria que anda a incendiar autocarros durante a noite, a atacar polícias. Desta rascaria que se infiltrou à volta da Grande Lisboa e do Grande Porto e mais não faz, nem fará, se o deixarmos, do que atacar as estruturas fundamentais do país, as forças de autoridade e de atacar quem tem de atacar", afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre o que o partido que lidera propõe, André Ventura não hesitou: "O Chega propõe que, primeiro, a polícia reponha a ordem. E que não tenha receio de repor a ordem. Mas para isso é preciso que politicamente seja dito à polícia que pode fazer o que deve fazer - que é conter os danos, os planos e as ações em curso, mesmo que isso implique força".

Até agora, nada indica que a polícia agiu de forma desproporcional, inadequada ou de forma fora do contexto

O líder do Chega falou ainda de outros países, onde se têm verificado alguns tumultos e também de 'demonstrações' de força. "Quando me estava a referir a estas pessoas é porque se elas sentirem que somos fracos, que o Estado é fraco, que a polícia não pode fazer nada, isto vai-se repetir, hoje e amanhã à noite. Temos a experiências de outros do que aconteceu. Meses de vandalismo e destruição", explicou.

Ventura afirmou que a posição do Governo é de "meias-palavras". Note-se, no entanto, que a ministra da Administração Interna garantiu que os responsáveis seriam levados à justiça, dando conta de que há três detidos - e que estas ações eram "inadmissíveis".

"Até agora, nada indica que a polícia agiu de forma desproporcional, inadequada ou de forma fora do contexto", defendeu.

Com

Com "distúrbios inadmissíveis", MAI reuniu com SSI. Há três detidos

Dois dias depois da morte de um morador do Bairro do Zambujal, na Amadora, desacatos estão a alastrar pela Área Metropolitana de Lisboa. O Governo já reuniu com o Sistema de Segurança Interna (SSI) e prometeu que os responsáveis pela desordem vão ser levados "à justiça".

 Notícias ao Minuto com Lusa | 09:06 - 23/10/2024

Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

O Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência.

[Notícia atualizada às 12h46]

Leia Também: "Vejo um amigo meu deitado no chão, baleado. É preciso respostas"

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