"Estou a promover uma reflexão interna na distrital de Lisboa e com pessoas fora do PS sobre como uma esquerda moderna deve atrair mais pessoas para a participação política", afirmou Prata Roque numa nota enviada à agência Lusa, na qual acrescenta que só prestará mais declarações à imprensa quando os órgãos do PS "decidirem se marcam eleições".
A notícia da candidatura de Miguel Prata Roque foi avançada pelo jornal Público. Nessa notícia, Miguel Prata Roque considerou que é preciso que o PS em Lisboa "honre a sua história e saiba liderar o debate democrático em torno dos problemas que mais afligem, hoje, as pessoas reais".
"Quando forem marcadas as eleições para a Federação da Área Urbana de Lisboa apresentarei e assumirei a representação das ideias de tanta gente que me tem transmitido a vontade de contribuir para transformar a ação prática do PS e, principalmente, a vida daqueles para quem a ação política deve servir, as pessoas", disse ao Público.
Miguel Prata Roque é atualmente comentador da SIC Notícias, professor de Direito e foi secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros entre 2015 e 2017, no primeiro Governo de António Costa.
Segundo a TSF, Prata Roque irá disputar a liderança da FAUL com o gestor Pedro Pinto de Jesus, atual presidente interino da federação, depois de Ricardo Leão ter apresentado a sua demissão do cargo esta quarta-feira.
No comunicado em que anuncia essa demissão, Ricardo Leão agradeceu a "solidariedade e apoio" manifestado "por todos" os presidentes de concelhias da Federação da Àrea Urbana de Lisboa (FAUL) do PS e "por todos" os presidentes de câmara eleitos no distrito de Lisboa.
"Não obstante, entendi ser esta a melhor decisão para me focar no meu trabalho na Câmara Municipal de Loures e prevenir que o Partido Socialista seja prejudicado por uma polémica criada pela descontextualização de uma recomendação aprovada por 64% dos vereadores da Câmara Municipal de Loures", declarou.
Na nota em que comunica a sua demissão da estrutura socialista da área urbana de Lisboa, Ricardo Leão disse rejeitar "a associação entre criminalidade e imigração", afirmando que nunca fez essa associação, considerando que seria "atentatório dos valores humanistas do socialismo democrático e internacionalista".
"Continuarei a trabalhar no exercício do meu mandato popular como presidente da Câmara Municipal de Loures, como sempre empenhado na aplicação dos princípios do socialismo democrático e do humanismo que coloca as pessoas, em especial os mais desprotegidos, as mulheres e as crianças, no centro da ação política e das políticas públicas com direitos e deveres iguais para todos e todas", acrescentou.
Esta demissão surgiu depois de Ricardo Leão ter defendido na semana passada, numa reunião pública, o despejo de inquilinos em habitações municipais envolvidos nos distúrbios que ocorreram em vários bairros da periferia de Lisboa, após a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado por um agente da PSP.
"É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final, parágrafo", afirmou na ocasião Ricardo Leão.
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