O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Fabian Figueiredo, comentou o esclarecimento dado este sábado pelo Executivo no diz respeito ao atracamento do navio Nysted MAERS, que, alegadamente, está envolvido num "esquema ilegal de abastecimento de armas" a Israel.
Após a informação de que o navio ia 'passar a noite' no porto português e descarregar 144 contentores, o Governo detalhou que pediu esclarecimentos aos responsáveis, que lhe "confirmaram que não é transportada qualquer carga militar, armamento ou explosivos".
"O Governo está errado. O Estado espanhol não autorizou que este navio atraque porque ele tem estado envolvido no transporte ilegal de armamento dos Estados Unidos para Israel", começou por defender Fabian Figueiredo numa entrevista à RTP3.
Lembrando que Portugal votou na Organização das Nações Unidas uma resolução para travar o fornecimento de armas a Israel, Fabian Figueiredo lembrou que esta situação "implica também impedir que navios que estejam envolvido no comércio ilegal de armamento dos EUA para Israel", e 'voltou' a Espanha: "Por isso é que o Estado espanhol impediu este mesmo navio de atracar. [Este navio] este envolvido em centenas de carregamento ilegais. Há um cadastro à volta deste navio", afirmou.
Para além do líder parlamentar, também a coordenadora do partido reagiu à posição tomada pelo Governo. Recorde-se que o Bloco se apressou a questionar o Executivo quando a informação de que este navio ia atracar este sábado, em Lisboa, foi avançada.
Após a intervenção do líder parlamentar no canal de televisão, Mariana Mortágua explicou na rede social X (antigo Twitter). "O problema não é a carga a bordo agora. É que vai seguir para Marrocos ao encontro de outro navio Maersk (já banido pelo governo de Espanha quando o esquema foi descoberto) do qual receberá a carga ilegal para entregar ao Estado genocida. O Governo responde de novo com bugalhos e olha para o lado. Façam como Espanha e cumpram a resolução que aprovaram na ONU", escreveu.
O problema não é a carga a bordo agora. É que vai seguir para Marrocos ao encontro de outro navio Maersk (já banido pelo governo de Espanha quando o esquema foi descoberto) do qual receberá a carga ilegal para entregar ao Estado genocida. 1/2
— mariana mortágua (@MRMortagua) November 9, 2024
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