Autárquicas? CDU recusa ficar-se pela manutenção das 19 câmaras

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, assumiu este domingo que o partido vai disputar novas autarquias nas eleições de 2025, incluindo Loures, recusando concentrar todas as forças na manutenção das atuais 19 presidências de câmara da CDU.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
01/12/2024 06:34 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

PCP

"Com os pés no chão, mas muito confiantes para a batalha, arrisco-me a dizer que nós vamos disputar novas presidências de câmara. Estas 19, vamos fazer tudo por tudo para as continuar e reforçar. Vamos ver o que é que acontece. Não vamos concentrar as nossas forças todas nessas 19. Nós vamos disputar novas autarquias", afirmou Paulo Raimundo.

 

Em 11 das atuais 19 câmaras governadas pela CDU, incluindo Évora, os presidentes atingem o limite de três mandatos consecutivos em que podem candidatar-se.

Em entrevista à agência Lusa antes do XXII Congresso do PCP, que se realiza em Almada entre 13 e 15 de dezembro, o líder comunista assume que Loures é uma das câmaras que querem reconquistar, depois de a terem perdido para o PS em 2017.

"É uma autarquia onde nós tivemos grandes responsabilidades, com um trabalho extraordinário, exemplar. E, claro, só podemos olhar para ela com o objetivo de voltar a reconquistá-la", sustentou.

As disputas serão sempre no âmbito da CDU, vinca o secretário-geral dos comunistas, reiterando que em Lisboa a porta está definitivamente fechada ao PS, com a candidatura protagonizada novamente por João Ferreira.

"Então nós temos um dos melhores candidatos que alguma força política podia ter para presidente da câmara? Agora, se alguém quisesse juntar a nossa candidatura, é bem-vindo", desafiou.

Nas eleições de setembro de 2021, a CDU confirmou a sua tendência decrescente em eleições autárquicas: depois de ter obtido o seu pior resultado de sempre em 2017 -- com a perda de 10 câmaras municipais, passando a ter 24 --, perdeu outras 5, ficando com a presidência de 19 municípios e largando a mão de bastiões que lhe pertenciam desde 1976, como Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal).

Em Lisboa, contudo, a lista à Câmara encabeçada por João Ferreira obteve 10,51%, com 25.520 votos, elegendo dois vereadores, o que significou um aumento face a 2017, quando com a conquista dos mesmos dois vereadores tinha sido com 9,55% e 24.110 votos, de acordo com dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.

Paulo Raimundo enfatizou que nas autárquicas estão em causa "308 batalhas", só considerando o número de presidências de câmara, e que são eleições particulares, com "308 características diferentes em cada uma delas".

"Isso dá-nos confiança, não nos dá medo, dá-nos confiança", assegura.

Segundo o líder dos comunistas, "pode haver tendências nacionais e gerais e há, aconteceu isso nas últimas, mas depois há particularidades de cada sítio".

"Leva-nos, por exemplo, a eleger vereadores em concelhos onde as circunstâncias à partida não permitiriam que isso acontecesse e leva-nos a perder autarquias onde à partida as circunstâncias também não pensariam que isso acontecesse", afirmou.

Sobre Setúbal, uma das duas capitais de distrito que governam, a par de Évora, Paulo Raimundo não quis responder se a candidatura da ex-CDU Maria das Dores Meira como independente vai dividir o eleitorado: "Vamos ver como é que o eleitorado vai partir".

Leia Também: Autárquicas. PEV reafirma compromisso com CDU e pede reforço da coligação

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