"A coligação negativa que votou contra o Orçamento [Regional para 2025 na passada segunda-feira] prepara-se para derrubar o Governo Regional (PSD) sem ter uma alternativa para apresentar à população", dizem os centristas madeirenses em comunicado hoje divulgado.
No documento, argumentam que os partidos da oposição na Região Autónoma "nem sequer se conseguem sentar à mesma mesa para negociar uma coligação" para afastar o PSD da governação, visto que o JPP, IL, PAN e BE rejeitaram o convite do presidente do PS/Madeira para reunir visando criar um projeto governativo alternativo,
"Esta situação demonstra a total irresponsabilidade de quem votou contra o Orçamento e o Plano de Investimentos, comprometendo o aumento do rendimento das famílias e o aproveitamento dos fundos europeus", afirmam.
Para o CDS-PP, estas forças políticas na Assembleia da Madeira tomaram esta decisão mas "não o fizeram pelo conteúdo das propostas, mas por razões partidárias e judiciais, que nada tem a ver com o que estava em discussão".
"A Assembleia Legislativa não pode, nem deve substituir-se à Justiça, já que a separação de poderes é um dos pilares da democracia", insistem os centristas madeirenses.
Segundo o CDS-PP, partido que tem um acordo parlamentar com o PSD, "a maioria dos partidos parece viver numa bolha política, indiferentes ao que pensam e sentem as pessoas e às consequências dos seus atos na vida dos cidadãos, famílias e empresas".
O CDS-PP ainda critica a "irresponsabilidade, falta de lucidez e ausência de bom senso e a prevalência dos interesses eleitorais sobre os superiores interesses regionais", destes partidos.
Para o CDS-PP, "a população acompanha com grande preocupação o que se está a passar e que no momento próprio dará a devida resposta a quem não foi, nem é, merecedor da sua confiança".
Em 06 de novembro, o líder parlamentar do Chega/Madeira, Miguel Castro, entregou uma moção de censura no parlamento madeirense justificando a iniciativa com os processos judiciais que colocaram sob suspeição o presidente do executivo e quatro outros secretários regionais, que foram constituídos arguidos em casos distintos.
A moção tem aprovação anunciada, caso os principais partidos da oposição (PS, JPP e Chega que juntos têm maioria absoluta) mantenham a decisão que anunciaram, de votar a favor.
Este cenário representa a queda do XV governo madeirense, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, resultante das eleições de 26 de maio deste ano, empossado a 06 de junho e que exerce o cargo desde 2015, sendo a primeira ver que um executivo regional é derrubado por uma moção de censura.
Esta situação coloca em perspetiva a realização de novas eleições legislativas regionais, as terceiras no espaço de pouco mais de um ano.
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