Num comunicado assinado pelo líder socialista madeirense, Paulo Cafôfo, a estrutura partidária considera que Miguel Albuquerque se está a "preparar para travar propositadamente o desenvolvimento da região com o intuito de retirar dividendos eleitorais".
Defendendo que os madeirenses "não podem mais tolerar" esta postura, Paulo Cafôfo menciona que hoje Albuquerque voltou a "ameaçar que as obras do novo hospital vão parar em maio, pelo facto de o Orçamento Regional para 2025 não ter sido aprovado".
O dirigente socialista "condena a sabotagem à região e o terrorismo político que Albuquerque continua a fazer sobre os madeirenses e esclarece que as obras não irão parar pelo facto de a Madeira ser gerida em duodécimos".
"As obras só param se o Governo [Regional] as mandar parar", sublinha.
"O presidente do governo já não tem vergonha na cara, nem qualquer problema em prejudicar a Madeira e a população, apenas com o objetivo de garantir a sua sobrevivência política, manter-se agarrado ao poder e continuar a esquivar-se a responder à Justiça", declara.
Na opinião de Paulo Cafôfo, "quem age desta forma não merece a confiança das pessoas e deve ser posto na rua de uma vez por todas".
Cafôfo argumenta que o chumbo do Orçamento Regional para 2025 "não implica a paralisação da região, já que está prevista uma excecionalidade no que diz respeito às questões orçamentais", acrescentando que o mesmo acontece com "uma obra como a do hospital, que é de manifesto e claro interesse público".
A gestão em duodécimos, sublinha, permite ao executivo "utilizar mensalmente todas as verbas que estavam orçamentadas em 2024, até que haja novo Orçamento aprovado".
"Portanto, as coisas só não avançam se o Governo não quiser", reforça.
O socialista lembra que a região vive "na base da instabilidade" há um ano, quando Albuquerque foi constituído arguido num processo judicial sobre corrupção. Outros membros do seu executivo foram, entretanto, constituídos arguidos noutros processos.
O Governo Regional da Madeira está demitido depois de a Assembleia Legislativa da Madeira ter aprovado em 17 de dezembro, com votos a favor de todos os partidos da oposição -- PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos somam mais de metade dos deputados --, uma moção de censura apresentada pelo Chega ao executivo insular minoritário do PSD.
A aprovação da moção de censura, inédita na Região Autónoma da Madeira, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
O Presidente da República reúne-se na terça-feira com os representantes dos partidos com assento parlamentar, que defendem a realização de novas eleições regionais, sendo 09 de março a data mais consensual.
Hoje, em Câmara de Lobos, Albuquerque referiu que, devido a esta crise política, a obra do novo Hospital Central e Universitário da Madeira, em Santa Rita, "vai parar em maio por não haver Orçamento Regional aprovado".
"Precisávamos lançar um concurso internacional superior a 200 milhões de euros e não tivemos oportunidade de o fazer", indicou, acrescentando existirem situações "afetadas por um capricho político sem nenhum sentido".
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